Dulce Maria Saviñon
– Então, o bebê está bem? – perguntei ao médico nervosamente, remexendo-me na beirada da cama enquanto esperava que ele me desse seu diagnóstico. Ao fechar sua maleta, ele assentiu com a cabeça.
– Os dois estão – respondeu ele – você precisará ser gentil com suas mãos nos próximos dias, elas estão bastante machucadas, mas, fora isso, basta um pouco de descanso e relaxamento para que você volte ao normal.
Fechei os olhos e soltei um suspiro de alívio. Graças a Deus.
O médico bocejou enquanto se dirigia para a porta, deixando-me mais uma vez sozinha em meu quarto. Eu não o culpava por estar cansado. Afinal de contas, eram quase três da manhã e Christopher insistiu que ele saísse no meio da noite para me examinar quando conseguissem me colocar em segurança. Eu não tinha certeza de quanto ele havia pago por isso, mas saber que a criança estava bem era tudo de que eu precisava.
– Obrigada – eu o chamei, mas ele não respondeu. Ele já tinha ido embora, deixando-me no silêncio do meu quarto mais uma vez.
Olhei em volta, observando o lugar. Estava exatamente como eu o havia deixado. Eu não sabia exatamente há quanto tempo estava fora, na verdade não, mas Poncho me disse que já fazia quase três dias. Meu estômago estava roncando, apesar de eu ter comido basicamente uma porção inteira de pizza para viagem quando voltamos, e eu sabia que ia demorar um pouco para a realidade começar a se estabelecer novamente.
Mas eu estava de volta. Eu estava de volta. Isso era tudo o que importava. No momento em que Christopher abriu a porta e eu vi o ali, toda a luta me deixou em um instante. Desabei em seus braços, abraçando-o, murmurando um milhão de coisas diferentes. Desculpas, alívio, gratidão por ele ter vindo me buscar, tudo isso. Eu nem sabia o que queria dizer, estava quase delirando, mas tudo o que me importava era que ele tinha me tirado de lá.
Christopher havia me protegido da visão dos corpos dos homens que haviam sido meus captores, mas eu achava difícil me importar com o fato de eles estarem mortos. Quando eu pensava no que eles tinham feito comigo, com meu bebê, eu sabia que eles mereciam o que quer que fosse. Eu tinha sido estúpida ao me colocar nessa situação, mas eles eram os monstros dispostos a explorá-la. Eu nem queria pensar até onde eles poderiam ter ido se Christopher e Poncho não estivessem lá para me salvar.
Ouvi uma batida na porta e olhei para cima para ver Christopher e Poncho parados, me observando com preocupação.
– O que o médico disse? – Christopher perguntou ansioso e preocupado.
– Ele disse que eu estava bem – respondi. O alívio de dizer isso em voz alta trouxe lágrimas aos meus olhos. Eu estava com tanto medo, tão apavorada que poderia ter ido longe demais e custado a saúde do nosso bebê. Mas não foi o caso. Eles estavam bem. Eu estava bem.
Christopher se sentou na cama ao meu lado e colocou um braço ao redor dos meus ombros. Eu me inclinei para ele, tão feliz que ele não parecia muito zangado comigo. Ele teria todo o direito de estar. Fiquei esperando que ele se virasse e me dissesse que eu era a culpada por ter me colocado em todo esse perigo, e ele teria razão, mas não o fez. Ele parecia tão feliz quanto eu por estar de volta.
– Você não tem ideia de como isso me deixa feliz – murmurou Christopher, depositando um beijo em minha têmpora.
– Eu também – concordou Poncho, e eu olhei para ele, dando um pequeno sorriso.
– Pensei... fiquei com muito medo de que algo tivesse acontecido com o bebê –desabafei, balançando a cabeça – eu sabia que não teria sido capaz de suportar. Eu sabia...
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SOB O MESMO DESEJO
Фанфик(+18) FANFIC VONDY TRENDY. Dulce Maria sempre sonhou em ser uma estrela. Aos dezoito anos, deixou sua casa e se lançou no mundo das casas noturnas como stripper, desejando ser admirada e desejada. Porém, a realidade se mostrou dura: a vida que ela s...