Era uma vez, num vilarejo escondido entre montanhas e bosques, uma pequena raposa chamada Lila. Ela era conhecida pela sua curiosidade e pela pelagem alaranjada que brilhava como o pôr do sol. Lila morava no coração da floresta com seus amigos: um esquilo chamado Pipo, que era meio desajeitado mas muito esperto, e uma coruja chamada Dona Ula, que era a guardiã de todas as histórias antigas do lugar.
Certa noite, enquanto Lila observava as estrelas, Dona Ula pousou ao seu lado com um sorriso no bico e disse: "Lila, hoje é uma noite especial. Há uma estrela cadente rara, chamada Lúmina, que só aparece uma vez a cada cem anos. Dizem que quem fizer um pedido a Lúmina verá esse desejo realizado, mas precisa ser um pedido de coração puro."
Os olhos de Lila brilharam de entusiasmo. "O que eu poderia pedir, Dona Ula?"
"Isso, minha querida, só você pode saber", respondeu a coruja, voando para um galho próximo e deixando Lila sozinha com seus pensamentos.
A pequena raposa pensou em várias coisas: pedir mais aventuras, encontrar novas terras, até mesmo um esconderijo secreto. Mas nenhuma dessas ideias parecia certa. Então, ela olhou para a floresta escura ao seu redor e se lembrou dos tempos em que tinha medo de se perder nela.
"Eu sei!", exclamou Lila. "Vou pedir para que todos que andem por aqui sempre encontrem um caminho de volta para casa."
Assim que ela fez o pedido, uma estrela brilhante cruzou o céu, deixando um rastro luminoso que desapareceu lentamente. Lila sentiu uma paz em seu coração, como se soubesse que seu desejo havia sido ouvido.
No dia seguinte, os moradores do vilarejo perceberam algo mágico na floresta. Pequenos vaga-lumes pareciam iluminar trilhas escondidas, guiando quem precisasse encontrar o caminho de volta. E a cada passo, eles ouviam o sussurro do vento, como uma canção que falava de amor, amizade e segurança.
Lila nunca soube se foi sua imaginação ou se realmente seu pedido se realizou, mas a floresta jamais foi a mesma. E toda vez que a noite caía, os amigos se reuniam, e Dona Ula contava a história da raposinha que, com um pedido simples e puro, fez da floresta um lugar seguro e cheio de luz.
E assim, todas as noites, ao deitar para dormir, Lila olhava para o céu, sorria e sabia que, onde quer que estivessem, seus amigos sempre encontrariam o caminho de volta.
Fim.
