capítulo dezesseis

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ps: desculpa a demora. estamos bem. 

— Desculpe não ter te mostrado tudo isso de dia. Queria que conhecesse a missa, de uma igreja que tem aqui, e queria te mostrar o convento também. Você ama arte, iria amar o convento, — digo assim que subimos o Elevador Lacerda, já admirando a vista lateral do elevador, e a Baía de todos os Santos, á noite, com os barcos até onde a luz alcançava. — Tinha que conhecer a igreja do Senhor do Bonfim, o museu Náutico na orla bem aqui pertinho, a Casa de Jorge Amado... Tinha que ter te mostrado muita coisa.

A criatura ainda secava a combinação de seu anel de noivado e aliança, toda boba, admirada, apaixonada e assustada, pelo jeito, desde quando arrancou de mim o valor investido em ambas.

— Tudo bem. Teremos mais oportunidades. — a bonita ganha um abraço bem apertado por trás, e então pousa a cabeça em minha clavícula. — Meu bem, e o carro? A gente subiu de elevador, e o carro lá embaixo?

— Eu vou deixar você em casa pra arrumar nossas coisas, e vou buscá-lo.

— Para que cidade a gente vai?

— É uma surpresa, confie em mim. Venha... quer comer uma pipoca bem boa de rua?

— Vida, não cabe mais nada dentro de mim, aquelas entradas, a moqueca, e ainda a sobremesa, aquele bolo enorme de chocolate... eu tô quase estourando... e... não acho que vou dar conta desses paralelepípedos. É melhor eu tirar isso aqui...

— Uhum, e cortar os meus pezinhos de princesa!?

— Não... não vai me carregar até em casa...

— Ela ainda duvida de mim... — a loira que brilhava naquela noite bonita, sorri pra mim.

— Não quero que saia, quero que fique comigo. Peça pra alguém ir buscar o carro, vamos namorar um pouco!

— Eu serei rápido, não se preocupe... e voltarei com muita disposição, eu prometo. Se bem que... não vai dar pra namorar, vou dirigir a madrugada toda, se eu... gastar energia contigo, posso apagar no volante. Arrume nossas coisas, prepare o Dillan, e me espere.

Começo descer a ladeira da faculdade de medicina, e ela se estrebucha no meu colo para descer.

— Bem, eu queria conhecer essa escola!!! Ela é rosa, e linda, e deve ser linda por dentro, esse jardim... ah, e a gente tem que levar azeite de dendê pra casa!

— Esse casarão aí é a Faculdade de Medicina da universidade federal da Bahia, meu bem. Ela é de 1808. Tu está na frente da primeira instituição de ensino superior do país, aí dentro tem um dos maiores acervos de arquivos bibliográficos da área. Tu devia vir com sua sogra enfermeira, ela ia amar te mostrar o que tem aí. E... minha tia deve estar com a dispensa cheia de dendê. Vamos pegar um litro pra gente, essa é uma ótima ideia, levar um pouquinho da minha casa para São Paulo.

— Será que eu passaria numa prova para estudar aqui?

— Tu passaria em qualquer federal desse país.

— Tu fica tão lindo de guia, com esse sotaque... me apaixono por você o tempo inteiro!

— Sabe que eu seria mesmo um bom guia!? Ganharia uma boa grana unindo meus saberes com tecnologia... você me deu uma boa ideia de investimento!

— Tu é mesmo um nerd, só pensa em tecnologia.

— Pois é.

— E se a gente morasse aqui? Tem casa pra vender aqui em cima???

— Tô falando, cada minuto é uma ideia diferente...

— Eu amei Salvador!!!

— Tu não viu um por cento de Salvador, meu bem!

I N C Ó G N I T A - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora