ᝰOne-shot🍡

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Ele deve estar se revirando no caixão agora...

Com um leve balançar negativo de cabeça, (Nome) fechou os olhos e suspirou. Apertando os dedos contra o punhado de fios de cabelo (cor) que ela segurava em uma única mão, deixando-os todos juntos em uma espécie de rabo de cavalo puxado apenas para o lado esquerdo.

Que situação cômica para se estar, francamente! Dentre todas as pessoas, logo ela estava fazendo aquilo. O impensável, o absurdo. (Nome) quase conseguia ouvir a voz rabugenta de seu pai gritando do leito da morte uma lista estupidamente grande de xingamentos e maldições para com ela.

Ela sabia que era estranho lembrar justamente do falecido pai em um momento como aquele, mas a moça não conseguia evitar pensar no quão desgostoso ele ficaria se visse o que sua filha estava prestes a aprontar.

Claro que ela não poderia culpá-lo, afinal, ela mesma estava incrédula com aquilo tudo. Sendo de uma família tradicional e rígida de caçadores de vampiros, (Nome) cresceu sendo treinada para dizimar tais criaturas sobrenaturais e odiá-las naturalmente, óbvio. Ela já havia matado para mais de 20 vampiros e com muito prazer o fez, mas nunca imaginou que chegaria o dia em que não só estaria pacificamente no mesmo cômodo com um vampiro, como também ofereceria seu pescoço para ele.

Sério mesmo? O pescoço, (Nome)?!

Ela se questionava seriamente se ainda tinha algum resquício de bom senso consigo. Como diabos havia se tornado tão maluca e suicida — aparentemente — de um dia para o outro?

A curva de seu pescoço estava completamente amostra e vulnerável para aqueles olhos vermelhos, brilhantes e penetrantes, não havia nenhum único fio de cabelo no caminho e ela inclinava seu pescoço, oferecendo-o para ele. Era um alimento dado.

Apesar de tudo, (Nome) não conseguiu evitar sentir um arrepio passar deliciosamente por suas vísceras, ficava tonta só de pensar na ideia. Os pelos de sua nuca estavam eriçados sob o olhar atento dele, ela conseguia sentir que ele a observava, e sua pele esquentava em cada canto para a qual ele olhava.

Maldito seja, homem miseravelmente bonito e charmoso, que tinha que ser a droga de um vampiro!

Não suportando mais a falta de atitude do companheiro, a caçadora estalou a língua no céu da boca.

— Vamos, acabe logo com essa coisa.

O homem hesitou. (Nome) conseguiu sentir os olhos dele rastejarem do pescoço para o rosto dela, criando uma linha quente por onde passavam.

— Você não pode realmente estar me sugerindo isso.

Ah, mas ela estava.

— Gaara, de todos os momentos para agir como um cavalheiro, este é o pior. Você está fraco e precisa se alimentar.

— Eu não vou beber do seu sangue, (Nome). Não quero te machucar!

A respiração engatou em sua garganta, um friozinho conhecido revirando sua barriga mais uma vez enquanto ela prendia o ar nos pulmões.

Ele sempre fazia isso, sempre dizia essas coisas doces, sempre se importava, sempre protegia, sempre cuidava... Mas que droga de vampiro era aquele?! Como ela poderia não se preocupar com ele quando a única coisa que Gaara conseguia fazer era tratá-la bem, respeitá-la e protegê-la de uma forma tão malditamente romântica e às vezes até mesmo um pouco possessiva?

Mas que inferno! Odiá-lo se tornava uma tarefa cada vez mais impossível.

— Você não vai me machucar. — Pausa para se recompor. — Eu confio em você, então faça isso.

𝗣𝗲𝗻𝘂𝗺𝗯𝗿𝗮 𝗱𝗮 𝗡𝗼𝗶𝘁𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora