20. O primeiro Rei ômega da história

3 0 0
                                    

O dia do baile finalmente chegou. Mudou seu significado inicial que seria decidir sobre meu futuro com relação ao reino, para uma comemoração sobre minha coroação. A roupa designada era brilhante e vermelha. O vestido contava com calças e uma calda longa e espalhafatosa. Além do corpete dourado, decote cavado em V no peitoral, mangas bufantes, jóias em quantidade absurda e a capa real. Enquanto olhava meu aspecto no espelho, pensando se deveria mudar meu penteado. Adorava meus dreads, combinavam comigo. A lateral esquerda raspada. Poderia apenas cortar... Porém, sentia ser errado.

Os últimos dois dias foram enfurnados no quarto. Os piratas foram devidamente acomodados. Não sabia porque permaneceram no castelo, depois de ter me destratado tanto, viraram as costas e agiram como se fosse descartável. Baltazar queria me ver antes de partir, estava adiando o máximo que poderia.

A família do duque Moreal, confessou seu crime, foram rebaixados a simples barões e perderam suas terras, ficaram apenas com suas propriedades na capital. Ao menos não fizeram escândalos e ficaram mais aliviados por não ter sido exilados por completo da corte. Precisei dar as sentenças indiretamente já que me recusava a conversar com quem quer que fosse. Só Alexander e Theodor tinham acesso ao meu quarto.

Logo duas figuras ilustres se aproximaram de mim.

O rei de Diamont e seu filho. Ambos tinham a pele azeitonada, olhos claros e cabelos longos e escuros. Usavam roupas típicas dos desertos de Diamont. Bastante panos e um belo turbante. Haviam trazido uma arca de presente quando chegaram a dois dias atrás. Infelizmente, não estava disposto, me sentia mal e pedi que qualquer audiência fosse suspensas.

- Sua beleza precede os comentários, majestade. - Ali Mahad, o rei. Sua barba era grande e escura, com alguns traços esbranquiçados pela idade. Além de ter um olhar firme de alguém que sabia governar e se impor como único regente. - Esse é meu filho, Cabelian Mahad.

O bastardo e único filho do rei. Alfa. Traços fortes e barba espessa, porém curta. Tinha musculatura de um guerreiro que treinou a vida inteira, mas incrivelmente conseguia dar um sorriso gentil.

- Sejam bem vindos, majestade e sua alteza. Espero que aproveitem o baile e tenho certeza que amanhã iremos ter uma reunião importante, mas por hoje, vamos festejar a nova era. - Lhes digo forçando um sorriso. - Esse é meu noivo e meu general de guerra, Alexander Belatrinelatrin.

Alex apenas acena suavemente. Os dois não parecem tão felizes, mas trocam cumprimentos.

Logo Baltazar e os outros chegam. Não imaginei que iriam aceitar o convite, depois da confusão. Os conselheiros notoriamente nervosos pela presença. Porém, as roupas nobres lhes caíram bem, e o banho revigorou a todos. Mas, não eram da nobreza e essa parte era notória, despertando olhares e desprezo.

- Vocês podem estranhar a presença de Baltazar no Baile. - Subo alguns degraus, chamando atenção de todos. - E muitos devem conhecê-lo por ser um pirata que navega as águas dos sete reinos. - Faço um aceno com a mão para manter a calma. - Porém, o que não sabem é que graças a Baltazar e sua tripulação, sobrevivi por quatro anos. Mesmo sendo caçado e quase morto por meu irmão William. - A notícia da traição já era sabida por todos, então não precisava medir palavras. - Se não fosse por esse homem, estaria morto. E devo minha vida e gratidão a todos meus antigos companheiros.

A maioria aplaudiu meu discurso. Na verdade, as palavras saíram com entonação, mesmo meu óbvio desânimo. Havia planejado dizer mais. Palavras bonitas e do coração. Fiz um discurso tão emocional que foi destruído por Baltazar e sua teimosia. O velho olhou na minha direção, mas desviei o olhar e os deixei a vontade para beber e comer o quanto quisessem enquanto conversava com outros nobres, fazendo meu papel de rei. Theodor precisou me acompanhar e guiar um pouco a conversa.

Piratas E Castelos - a honra Rebelde Onde histórias criam vida. Descubra agora