- Agatha! - Uma voz distante era ecoada pela floresta, duas jovens deitadas na grama riam alto encarando as folhas e os galhos imensos das árvores.
- Eu acho melhor você ir dessa vez - Em meio as risadas, Rio encara Agatha segurando sua mão ainda deitada, elas possuiam um semblante leve apesar de toda a situação.
- Você tem razão. Mas eu não quero ir, quero ficar aqui toda a eternidade. Com você. - A garota de cabelos pretos fala, agora se virando para Rio e acariciando seu rosto.
- Agatha! - A voz se aproximou, o que causou as jovens a se levantarem rapidamente, removendo a terra dos vestidos rasgados e velhos elas se olham e riem.
- Mesmo horário e local amanhã? - Agatha sorri ao ver Rio assentir com a cabeça, ela se inclina e sela seus lábios com os da garota para se despedir, logo após some na vasta vegetação.
Sua relação as escondidas com Rio não a agradava, partia seu coração ter que deixá-la toda vez e ignorar sua existência na aldeia, mas sabia que jamais poderia assumir que namorava uma garota, eram tempos sombrios na idade média, qualquer comportamento fora do padrão já poderia ser motivo de revolta e apedrejamento. É por esse e tantos outros motivos de condenação que Agatha se conforma em deixar sua amada, ela não merecia morrer em uma fogueira por cultivar um amor proibido.
- O que eu te falei mocinha? Você está atrasada de novo! Vamos antes que alguém te veja nesse estado imundo! - Sua mãe a pega pelo braço com força a obrigando entrar na casa e se certificando que ninguém havia visto a menina sair do meio das árvores, Agatha não tentou lutar sabia que estava errada.
Ao adentrar a humilde casa de madeira, sua mãe a vestiu e limpou a sujeira de suas mãos e cabelos, deixando-a apresentável novamente, afinal, hoje seria uma noite muito especial.
Mãe e filha caminhavam lado a lado em silêncio pelo caminho de folhas da floresta escura, a lua estava linda naquela noite, cheia e brilhante, tão brilhante que não havia a necessidade de iluminar o caminho era possível enxergar nitidamente cada pequeno animal escondido na mata adentro. Ao se aproximar da fumaça de uma fogueira era possível escutar tambores e vozes distintas, sua mãe parou e moveu as mãos como se estivesse espantando alguma coisa - Agatha possuia uma sensação estranha dentro de si, algo que não poderia ser bom - e num piscar de olhos as árvores formaram um arco liberando a passagem para uma fogueira imensa com a figura de 5 pessoas todas encapuzadas ao redor, elas agora encaravam as duas moças.
- Eu espero que você não me envergonhe mais do que já faz. - A mãe de Agatha quebra o silêncio sem nem se dar o trabalho de olhar para a mais jovem, que se encontrava incrédula do que estava vendo. Ela pega a garota pela mão e ambas adentram o arco, que logo se fecha ao terminarem a travessia como se nada tivesse acontecido.
Agatha estava com medo, quando sua mãe lhe disse que ela teria uma missão a cumprir assim que realizasse 16 anos não imaginava que enfrentaria um ritual, tinha a certeza que sua mãe a obrigaria se casar com algum camponês horrível e fedido do vilarejo, mas agora sentindo um leve ardor na face por estar próxima a fogueira com várias estranhas que não mostravam seus rostos devido ao capuz imenso falando uma língua que ela definitivamente não fazia ideia, sabia que sua vida mudaria para sempre.
- Estamos aqui reunidas nessa noite para consagrar a iniciação da minha primogênita e sucessora no coven, Agatha Harkness. - Sua mãe começa a falar segurando um livro que aparentava ter séculos. - Agatha terá o meu auxílio e o meu acompanhamento para se mostrar eficaz nas práticas de bruxaria e se possuir êxito nos testes das 13 luas ao longo do ano se tornará minha sucessora nesse coven, assumindo as responsabilidades de uma alta sacerdotisa. - Uma pessoa se aproxima de Agatha com um cálice na mão.
- Beba para liberar os seus poderes querida. - Antes que pudesse tentar relutar a mulher força a jovem a beber, o gosto amargo rasgava a sua garganta, Agatha se sentia estranha era como se seu corpo pegasse fogo, como se suas entranhas se remexessem dentro dela ao ponto de quase explodir, ela gritava e chorava encarava sua mãe que estava vidrado no livro murmurando alguma coisa, as mulheres agora sem capuz cantavam em uníssono e de repente cessando a agonia extrema que sentia, a jovem desmaiou.
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Não me deixe - Agathario Story
Fanfiction- Rio... Não podemos fugir. - Podemos sim! Por que não poderíamos? - Somos duas mulheres, para onde iríamos? - Para a floresta - A garota aponta para as árvores dispostas atrás delas, com um sorriso no rosto se aproxima de Agatha e segura sua mão...