Capítulo 6: Ateliê e confissões

0 0 0
                                    

Não se esqueça
de curtir e comenta!

Boa leitura!!

O ateliê do pai de Clair sempre foi um lugar que me trazia uma certa sensação de paz

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O ateliê do pai de Clair sempre foi um lugar que me trazia uma certa sensação de paz. Era como meu esconderijo nem tão secreto assim, mas ainda sim, era meu esconderijo favorito.

As prateleiras repletas dos tecidos mais luxuosos e de melhor qualidade de todo o reino, o cheiro de madeira dos móveis antigos e das flores que as criadas colocavam em diversos vasos de cristais… Um lugar que exalava elegância e conforto.

No entanto, hoje, nem mesmo o ambiente acolhedor era capaz de dispersar a inquietação e extrema tristeza que eu sentia.

Era como se mesmo no lugar mais familiar, eu fosse o ser mais estranho dentro dele. Não estava nada feliz com os últimos acontecimentos em minha vida, tudo que antes era legal e feliz, hoje era triste e sem cor, angustiante.

O espelho à minha frente refletia a imagem de uma princesa que eu mal reconhecia ultimamente. O vestido de chiffon azul-marinho abraçava meu corpo perfeitamente. Eu não me via ali, essa não era eu.

Talvez fosse porque eu sabia que aquele vestido, assim como tudo em minha vida, era uma escolha que eu não havia tomado. Sempre tinha pessoas escolhendo por mim, a coroa, meu pai, o príncipe, até mesmo Rose. Eu nunca escolhia qualquer coisa.

— Aly, esse está lindo em você. A rainha tem mesmo um bom gosto para roupas. — Clair comentou com um sorriso leve, os olhos castanhos brilhando enquanto ela observava a mim e ao vestido.

— Obrigada. — murmurei, ajustando o tecido com os dedos. Era tão macio. Por um momento, o reflexo me devolveu um sorriso fraco. — Mas para ser sincera, não me sinto tão bonita com ele hoje. Acho que nem ao menos gosto dele.

Clair franziu a testa, aproximando-se de mim.

— Ainda está pensando na briga com seu pai, não é mesmo?

Suspirei, sentindo o peso de todas as coisas. O peso daquela briga voltando com tudo para cima de mim, como se as mágoas das palavras de meu pai fossem facas me perfurando.

— Sim… Não consigo tirar isso da cabeça, — admiti, os ombros caírem.

— Ele ficou tão bravo e furioso. Gritou comigo, dizendo que eu deveria apenas me concentrar no casamento com Louis, que tudo que aconteceu sobre o ataque não era da minha conta. Fui tratada por ele como se eu fosse apenas uma peça de xadrez a ser movida para onde fosse mais conveniente. Foi horrível. — contei a Clair, a voz embargada de tristeza.

Clair se aproximou mais, segurando minhas mãos.

— Eu sei que seu pai só quer o que é melhor para você, Aly. — sussurrou, me olhando com sutileza. — Ele deve estar com medo e não sabe se expressar. E os homens, quando estão com medo, tendem a agir com dureza e frieza.

Segredos de Sangue e AlmasOnde histórias criam vida. Descubra agora