Sai furioso da festa, sem nem olhar para trás. O que estava acontecendo comigo? Aquele turbilhão de emoções estava me consumindo, e a raiva que eu sentia não era só pela interrupção, mas pela própria situação. Eu estava completamente louco por uma ninfeta do caralho que mal conhecia! Era isso mesmo?
As palavras de Neto ecoavam na minha cabeça, e a ideia de ter mentido para Mia sobre conhecer seu pai me deixava ainda mais irritado. Como eu pude permitir que essa confusão tomasse conta de mim? A frustração se acumulava, e eu não conseguia entender por que estava me importando tanto.
Enquanto caminhava, a noite parecia mais escura e silenciosa, como se refletisse meu estado de espírito. Lembrei-me do sorriso dela, do jeito que seus olhos brilhavam ao falarmos, e a conexão que parecia se formar entre nós. Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que era uma ilusão, uma fantasia de um homem de 36 anos se perdendo na admiração por uma garota de apenas 18.— Isso é loucura! — gritei para o vazio da noite, me perguntando se estava cometendo um erro ao me deixar levar por essa sensação.
O vento soprava frio, e cada passo me afastava não apenas da festa, mas da confusão que estava se acumulando dentro de mim. O coração batia forte, e eu sentia a raiva e a paixão se misturando em um só lugar. Era um ciclo interminável de querer e não poder, de me sentir atraído e ao mesmo tempo paralisado pelo medo do que isso poderia significar.
Finalmente, cheguei ao carro e me joguei no banco do motorista, passando as mãos pelo rosto em um gesto de desespero. O que eu estava fazendo? Eu não podia me deixar levar por essa atração. Precisava me controlar, colocar minha vida em ordem. Mas, mesmo assim, a ideia de Mia continuava a martelar na minha mente, como um eco que não me deixava em paz.
— Você precisa se acalmar — murmurei para mim mesmo, ligando o carro e tentando afastar a imagem dela. Mas era em vão. Mesmo quando eu tentava seguir em frente, Mia estava lá, em cada pensamento, em cada batida do meu coração.
Decidi ligar para Natasha. Eu precisava de algo que me tirasse dessa confusão, de algo real. Foder uma buceta de verdade parecia a única solução para a bagunça emocional que eu estava vivendo. O pensamento de Mia me deixava dividido entre o que eu queria e o que era certo, e eu não sabia se conseguiria lidar com isso sem uma fuga momentânea.
Disquei o número e esperei, a tensão na minha mão enquanto segurava o telefone. Após alguns toques, ela atendeu, e o tom da voz dela era como eu lembrava: sedutora e confiante.— Oi, Roberto! — disse Natasha, com um toque de brincadeira na voz. — Estava pensando em você. O que aconteceu?
— Estava numa festa, mas decidi sair — respondi, tentando manter a voz firme. — E eu pensei em você. O que você está fazendo agora?
— Nada demais, só relaxando em casa. Por que, está afim de me fazer uma visita? — A provocação estava clara, e eu pude sentir meu corpo reagir instantaneamente.— Estou a caminho — disse, sem pensar duas vezes.
Desliguei e, enquanto dirigia, sentia um misto de alívio e culpa. A estrada se desenrolava à minha frente, e, quanto mais eu me afastava da festa e de Mia, mais o peso que me oprimia parecia diminuir. Eu sabia que estava tomando uma decisão precipitada, mas precisava de uma pausa. Algo que me lembrasse de que ainda havia outras opções, outras mulheres no mundo além daquela que me deixava tão confuso.
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Paixão Acidental
RomansaCapitão Nascimento sempre foi conhecido por sua frieza e controle em meio ao caos, mas tudo mudou quando conheceu Mia.