Prólogo

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Em meio ao refeitório, seus amigos conversam entre si sobre jogos, carros, garotas, mas sua atenção tá focada na televisão em cima de você, mais um caso de V.H.A  - Puta merda... - Não é a primeira vez que uma noticia dessas aparece no noticiário, mas toda vez é uma surpresa. 

Saber que aquele corpo carbonizado pela metade já foi alguém, te embrulha o estomago, uma puta visão desagradável... A mãe da vítima tá chorando do lado do corpo enquanto fica clamando o nome do filho. Deprimente ver a situação dessa mãe, saber que ela, com todo o amor criou esse moleque, teve ele tirado de si por conta da porcaria de uma droga.

- Ou, Michael! Tá ai? - Ângelo fica estalando os dedos.

- Hum?

- Tá parecendo um drogado olhando pra TV.

- To só olhando a noticia.

- Para com essa viadagem e vem conversar com a gente.

- Tá, tá, daqui a pouco eu vou.

"Corpo encontrado perto da mineradora de Oaksun, o indivíduo parcialmente carbonizado identificado como Arnold Kastler, está localizado ao lado sul da cidade de Pobloni aonde a mineração de carvão voltou recentemente a ativa junto do aumento direto no tráfico de drogas. Arnold Kastler era ex membro da gangue Eager Novas, aonde foi exonerado após um último serviço... Contaminado pela droga V.H.A foi encontrado pegando em chamas perto da mineradora".

- Viu, nada de novo. - Diz Ângelo.

Apoiando-se na mesa atrás de você, a única coisa que passa na sua cabeça é o que realmente a droga do V.H.A tem de tão interessante. E o porque da jornalista não citar o último serviço daquele cara, tipo... Ele literalmente pegou fogo por nada?

Mas parece que só eu to interessado nessa questão.

Espreguiçando-se na cadeira, depois dessa noticia você fica contando os segundos para voltar pra casa, porque não tem nada de novo nessa escola e nenhuma pessoa nova também, tirando as noticias sobre esses "problemas" que andam ocorrendo nada de tão especial tem aparecido aqui na cidade. 

Aposto que ajudar a mãe em casa deve ser mais radical.

"Triiiii, Triiiiii"

Começa uma gritaria, o sinal tocou e todo mundo tá desesperado para ir embora, esse lugar é pior que uma cadeia as vezes. 

No portão da escola, seus amigos se despedem de você e começa sua caminhada até a estação de trem, uma longa estrada envolta de lojas, sobrados, uma rua relativamente estreita tanto que um carro passaria aqui com dificuldade. Ao longe mais alguns alunos conversam enquanto esperam o trem chegar, um total de 5 pessoas. 

Uma estação de trem bem mal acabada, tem apenas alguns bancos inteiros e a maioria já está ocupado. Você se senta em um banco no canto da estação e apenas usa seu celular na espera do trem, nas rede sociais só tem post da noticia de mais cedo - Só tem essa porra. - só se fala nisso no momento, afinal foi uma morte horrorosa com tripas carbonizadas pra todo lado e um corpo todo fodido e uma mãe desesperada... Ninguém merece ver isso. 

Começou a chuviscar, é bom que o trem apareça rápido se não vai ser um saco voltar andando pra casa e você não tá muito afim de se molhar.

Algum tempo passou e nada do trem aparecer, agora já são 18:00h, minha aula acaba as 17:00.

A maioria dos alunos decidiu ir a pé mesmo sobre a chuva, acho que o jeito mesmo é ir a pé... Opa! Deixa quieto, o trem chegou. Você se senta na janela, afinal a janela é o lugar mais legal e relaxante do trem. A chuva continua caindo, dá pra ver partes do trilho um pouco alagadas.

Só tem você no vagão inteiro, até chegar na sua estação deve levar em média 15 minutos, acho que é uma boa hora pra se relaxar e colocar seu sono em dia. Um cochilo não mata ninguém.

Até lá.

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