Ainda posso ouvir o barulho do tiro ecoando pela colina, o maldito som que vira e mexe me causa pesadelos, me tirando o sono. O Pai do Léo era doente, obcecado por ele, estávamos plenos, completos, jurando que viveríamos felizes para sempre. Até que o pai dele chegou, destruindo tudo o que havíamos planejado, ele estava decido em nos matar. E este foi o princípio do nosso fim.
***
Não sei muito bem onde a minha história começou e nem como, mas sei exatamente onde a minha vida e a dele se cruzou, onde o nosso "felizes para sempre" teve seu início, era uma terça-feira chuvosa, como sempre, segunda aula, biologia, eu estava olhando pela a janela, vendo a chuva cair e ignorando completamente aquele professor tapado dar sua aula sobre abrir sapos, sempre achei esta cidade e essa escola entediante, desde que cheguei, e nem sabia se queria ficar por muito tempo. O professor chamou minha atenção mais de uma vez, mas foi ele abrir a porta que meu coração saltou da boca. Três belos rapazes entraram sala adentro, com os cabelos emaranhados e molhados da chuva, cada um deles carregava um instrumento musical, o da frente portava um mini teclado, o do meio um saxofone dourado e o último, meu Deus o último, ele carregava uma guitarra prata, linda, reluzente, mas nada era mais lindo e atraente que ele nesse mundo, sua pele rosada, suas veias saltando nos braços e seus misteriosos olhos azuis. Minha nossa.
- Desculpa professor, estávamos fechando a sala de música. – Disse ele com uma voz de anjo grossa e macia.
- Tudo bem meus cantores, peguem esta atividade impressa e procurem um lugar na sala para se sentarem.
Os dois amigos dele sentaram perto de umas meninas no fundo da sala, a turma era bem cheia e todos os lugares estavam preenchidos, até que me toquei rapidamente que o único lugar vazio num raio de uns dois quilômetros era o do meu lado, graças a Deus. Ele passou na frente do quadro branco, esbanjando toda aquela fonte de beleza inesgotável e caminhou na minha direção.
- Oi novato, posso me sentar com você? – Cantou ele para mim.
- Obvio, digo, claro, pode sim. – Eu gaguejei. Que merda.
- Prazer, Leonardo. – Ele estendeu a mão direita, gelada e linda na minha frente.
- Prazer, Romeu. – Tenho quase certeza que minha voz falhou nesse momento.
- Você chegou tem muito tempo na escola? – perguntou ele curioso.
- Tem algumas semanas. E você? – disse eu achando engraçado ele puxar assunto com tanta facilidade.
- Legal, eu estudo aqui já tem alguns anos, fui embora e voltei agora. Você curte essa matéria? – Quis saber ele depois de uns dois minutos.
- Não muito, eu sou mais da literatura.
- Legal, gosta de escrever? – Ele é bom de papo.
- Um pouco, escrevo de vez em quando. – Não é mentira, apesar de não me lembrar a última vez em que me sentei em frente ao meu laptop e escrevi algo.
- Maneiro, pode escrever algumas coisas para eu transformar em música, o que acha? – hum, planejando o futuro comigo? Ficamos alguns milésimos de segundos em silencio. Respirei fundo, já ia responde-lo, mas ele foi mais rápido que eu.
- Está gostando da cidade? – Ele está me entrevistando?
- Mais ou menos, aqui chove muito e eu não curto chuva. – Estou ofendendo a cidade dele?
- Hum, entendo. – Ele deu um sorriso e não compreendi. - Já conhece a escola?
- Não muito, só o refeitório e a biblioteca. E o banheiro, pois fico lá me escondendo do contato social. - Sorriu outra vez. Ele vai me achar um saco com esse papo de nerd bocó.
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O segredo da colina - Romeu e Leonardo
FanfictionAinda posso ouvir o barulho do tiro ecoando pela colina, o maldito som que vira e mexe me causa pesadelos, me tirando o sono. O Pai do Léo era doente, obcecado por ele, estávamos plenos, completos, jurando que viveríamos felizes para sempre. Até que...