Confronting

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~ Maverick
Eu não vou mentir, eu tive que finalizar aquela noite batendo uma no banheiro. Aquele beijo, aquelas pegadas, aqueles toques com aquela mão delicada deixaram meus hormônios a flor da pele. Aquilo que rolou naquela cozinha foi a resposta que eu precisava para a maior das minhas questões. A forma que ela se entregou só deixou ainda mais fácil de enxergar o que havia por trás daquela muralha que ela contruiu entre nós — ou que talvez eu a tenha feito construir. Pela primeira vez nos meus vinte e oito anos de idade eu finalmente encontrei uma mulher que se encaixa a mim, e por mais que sejamos assim tão opostos, posso afirmar que ela combina bem com a minha loucura. Minha obsessão, meu desejo de posse, eles finalmente caíram bem em uma mulher, a única de todas as mulheres que já passaram pela minha vida. A maneira que ela resiste aos jogos e peripécias me faz lembrar da resistência que eu criei em mim mesmo para ser um cara assim como sou hoje. Ela resiste quando está com medo, raiva, pânico, e é impressionante a forma que ela sabe controlar tudo ao mesmo tempo sem transparecer dificuldade de ceder. A maneira que ela controla seu corpo e veio controlando seus desejos carnais só me deixaram ainda mais louco por ela. Hoje ela tentou ao máximo mas falhou miseravelmente quando permitiu que nossos lábios se tocassem. Talvez ela fique arrependida do beijo e de ter dito a verdade mas eu sei que é exatamente isso que ela quer, aqueles olhos não podem mentir para mim.
Depois de sair do banheiro, fiquei perambulando pelos corredores com a tolha na cintura enquanto aproveitava o ar gelado que circulava por todo o andar. Eram quase três da manhã e eu estava pouco me importando se eu teria problemas de energia ou cansaço no dia seguinte, eu não queria que aquela noite acabasse. Aquela sensação de prazer e tesão ainda ardia em minha pele, o que me deixava louco como os hormônios de trezentas mulheres no período fértil. Eu queria tanto foder, e era exatamente essa vontade que fortalecia o meu controle mental e corporal. 
Enquanto eu continuava andando pelo corredor, já prestes a chegar nas escadas, ouvi, bem atrás de mim, ruidos como estalos de língua e um riso irônico, mas ameaçador.

— Vocês se pegaram, não é? — Ecoou aquela voz feminina atrás de mim, fazendo meu corpo congelar.

Ao virar para trás me deparo com a loira de vestido branco, Celine Hills, a outra advogada, vulgo melhor amiga da Prado. Franzi o cenho enquanto olhava para a mesma e assim ela finalmente se desencostou daquela porta.

— Eu ouvi uns amassos, não vou mentir. — A loira sorriu.

— Espera, você não estava dormindo?

— Estava — Afirmou —, mas eu acabei acordando pra beber uma água e ouvi uma... movimentação estranha, se é que você entende. — Gargalhou.

Eu não acredito. Aquela loira maluca das ideias estava praticamente ouvindo tudo? Será que ela é sempre assim tão grudada na Artemis? Ela ainda apresentava sinais de embriaguez, o que começou a tirar um pouco da minha paciência.

— Mas relaxa, o segredo vai estar bem guardado comigo. — continuou. — Nada de boatos no trabalho nem com colegas, pode confiar.

— Beijar uma mulher não me parece algo ameaçador, se é o que você está pensando. — Voltei meu corpo em direção às escadas.

— É bom você tomar cuidado, Salvatore.

Colocando o pé no degrau, parei ali mesmo e dei meia volta.

— Você está brincando comigo?

— Como amiga fiel dela, eu quero dizer que se você ama ela, faz ela desencalhar e mostra que ela tem dono, entendeu? Eu não quero minha amiga nas mãos de pessoas erradas.

Aquelas palavras eram suspeitas, o que porra ela queria dizer com aquilo? Por um momento eu senti que existia algo oculto por trás daquela frase. Aquela mulher sabe de alguma coisa.

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⏰ Última atualização: Oct 31 ⏰

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