AVISO: A história possui descrições típicas
de terror que podem causar incômodo.
A leitura não é recomendada caso o leitor seja sensível.
TODO O CONTEÚDO DESCRITO NESTE CAPÍTULO É FICTÍCIO.
Boa leitura!
CAPÍTULO ÚNICO: CARNE VIVA.
"Me deixou em carne viva
Vivo dentro da chacina..."
East Wafelp, Osmea.
Noite de Halloween. 31 de outubro de 2015.
A sirene tocou pela segunda vez naquela noite.
Os olhos escuros e apavorados caíram em direção ao relógio de parede. 23:50. Faltavam apenas 10 minutos para a meia-noite e logo o calendário marcaria trinta e um de outubro. Halloween.
Jeon Jeongguk conferiu a tranca da porta principal pela última vez, forçando o cadeado para baixo com força. Nada aconteceu. Olhou ao redor, para todas as janelas tapadas com madeiras, e concluiu que estava seguro. Antes de subir para o quarto, abriu o aplicativo de vigilância e conferiu as câmeras. Todas, sem nenhuma exceção, estavam funcionando. Era a quarta vez que as conferia, mas todo cuidado era pouco, ainda mais naquela noite. Suspirou aliviado e se afastou da entrada.
O coração socava o peito a cada passo que dava em direção ao quarto. Estava apavorado, como sempre ficava naquela época do ano. Diferente dos arruaceiros, Jeon Jeongguk não saía de casa. Não era do tipo que batia nas portas e perguntava sobre doces ou travessuras, pelo contrário, quanto mais escondido conseguisse ficar entre os cobertores, melhor.
A lembrança da primeira e última vez que arriscou-se a colocar os pés para fora de casa naquela data ainda era vivida na mente. Já haviam se passado anos, mas lembrava-se com clareza de todas as sensações sentidas naquela noite de Halloween. Lembrava-se do receio de sair, da insistência de Taehyung ao dizer que o protegeria, da adrenalina do primeiro crime, do sangue quente fluindo com rapidez nas veias. Tudo. Contudo, também lembrava-se dos gritos, da falta de ar, das ameaças e da voz dura de Taehyung prometendo que acabaria com a sua vida. Toda vez que fechava os olhos, lembrava-se do corpo pálido e sem vida sobre os seus braços, ainda que não se lembrasse muito bem do rosto.
Desde então, Jeongguk havia aprendido a odiar aquela data. E, acima de tudo, temê-la.
Respirou fundo, na tentativa de espantar aqueles pensamentos. Odiava o quão vulnerável ficava naquela época. Por isso, tentando não pensar em nada, adentrou o quarto e apagou a luz. Deduziu que, se apagasse a luz, chamaria menos atenção daquela forma. Subiu na cama, que rangeu com o peso. Apenas aquele barulho foi o suficiente para arrepiar todos os pelos de seu corpo. Com mais medo do que antes, cobriu-se até o queixo. A sirene tocou de novo do lado de fora, dessa vez mais alta, durante um minuto completo. Era meia-noite e, com isso, iniciava-se a noite de crime. Seis horas inteiras para a prática de todas as ilegalidades existentes no mundo.
Ainda sob o som da sirene, Jeongguk ouviu os inúmeros gritos pela rua de seu bairro, carros disparando seus alarmes e campainhas tocando desgovernadamente. O caos estava instaurado.
Os olhos, teimosos, caíram sobre o bilhete amassado que pousava na cabeceira da cama. Havia evitado-o desde o momento em que acordou, mas, agora, parecia inevitável. Era como se ele chamasse pelo seu nome e o obrigasse a lembrar da sua existência. Reconhecia a caligrafia gravada ali, ainda que achasse impossível ele o encontrar naquela cidade tão distante.
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CARNE VIVA
FanfictionNa noite de Halloween, quando todos os crimes são permitidos, Jeon Jeongguk se esconde do mundo, temendo a escuridão e os perigos que ela traz. Para Kim Taehyung, porém, essa é a noite perfeita para se rebelar sem medo das consequências. Determinado...