Do que tenho medo?
Dos ecos profundos que escondo, das mentiras que cedo.
As palavras fluem, deslizam, como se fossem verdade...
Mas será que já acreditei nelas de verdade?
Minhas frases se vestem de ouro, mas lá dentro? Só ferrugem e pó.
Entre cada verso bonito que falo, me pergunto: O QUE RESTA DE NÓS?
As palavras caem do alto, como máscaras em queda,
Cobrem o rosto de quem mente, mas o coração já não enxerga.
Será que palavras são só o disfarce da dor?
Ou sou eu a mentira que não aguenta encarar o amor?
MINTA PRA MIM! Diga que é pra sempre, que a gente é igual,
Que somos alma e pele, que isso tudo é NORMAL,
Minta que meu sorriso te atrai, que meu cheiro te vicia,
Mesmo quando estou perdido na minha própria FANTASIA.
DIZ QUE EU NÃO PRECISO MUDAR, que sou o bastante,
Que você me ama como sou, que nada é irritante...
MINTA QUE DINHEIRO NÃO TRAZ FELICIDADE,
Que os problemas vão passar, que a vida é bondade.
Eu finjo que acredito, até brinco de sorrir,
Mas a cada riso falso, é o abismo que me faz cair.
E quando se for, se deixe como uma chama que apaga,
Diga que é pro meu bem, que sou luz, que sou MAGIA.
Mesmo que você me deixe em ruínas, com o peito em brasas,
Sussurre ao sair que A DOR PASSA.
O mundo tem monstros de todo tipo, e o que mais me assombra,
É aquele que MENTE SEM PIEDADE, que age na sombra.
Seus olhos brilham, mas não têm cor,
Seu coração bate, mas nunca com AMOR.
Eles comem, mas desconhecem a fome,
Se aproximam e fingem sentir meu nome.
AH, SIM, ELES MENTEM, e entre risos me enganam,
E eu quase penso: são humanos.
Mas e se algum dia eu encontrar essa fera?
Será que sou eu o monstro que tanto me espera?
Porque por trás do espelho, que aos outros dou,
Vejo que talvez EU SEMPRE MENTI, SEM DOR.
E QUEM SABE EU NUNCA FUI DIFERENTE deles afinal,
Um monstro de máscaras, com um toque de mal,
Com palavras que caem e risos que desmoronam,
Enquanto no fundo, meus medos me destroem e tomam.
