Senti o duplo sentido em sua fala e levantei o rosto, encontrando seus olhos. A necessidade de tê-lo, de senti-lo, exalava de mim de uma maneira impossível de disfarçar. Meu olhar, carregado de desejo, pareceu acender algo nele. Num instante, Dante avançou, seus lábios capturando os meus de forma intensa e possessiva, como se tentasse matar uma sede insaciável.
Sua mão grande deslizou até meu pescoço, apertando-o com uma firmeza que refletia sua própria necessidade. Arrepios percorriam minha pele a cada toque, enquanto ele explorava minha boca, alternando entre a suavidade e a urgência. Era um beijo profundo, em que nossas línguas pareciam sincronizar-se em um ritmo que só nós conhecíamos.
Senti as pontas de seus dedos deslizando pela lateral do meu corpo, provocando uma série de arrepios inesperados. Minha respiração estava entrecortada, o mundo ao redor parecia sumir. Suas mãos exploravam minha pele, e o toque era uma mistura de suavidade e brutalidade, como se ele estivesse tentando manter o controle enquanto, ao mesmo tempo, se entregava ao desejo.
Ele me puxou ainda mais para perto, e, sem conseguir resistir, passei as mãos por seu rosto, aprofundando o beijo e me perdendo completamente no momento.
Dante afastou os lábios por um instante, seu olhar encontrando o meu com uma intensidade que fazia meu coração disparar.
— Você... não faz ideia do quanto eu preciso de você agora — ele murmurou, a voz baixa, carregada de uma urgência quase impossível de controlar.
Meu corpo respondeu ao som da sua voz, e, antes que pudesse pensar em qualquer coisa, fui eu quem tomou a iniciativa, atacando seus lábios com a mesma fome e necessidade. O desejo era palpável, e naquele instante, estávamos apenas nós dois, perdidos em um impulso que parecia impossível de frear.
Estávamos tão perdidos um no outro que nem percebemos o som da porta se abrindo, mas o leve pigarrear nos fez congelar instantaneamente. Afastei-me de Dante num segundo, o coração disparado enquanto tentava recompor minha respiração e a dignidade perdida. Dante, no entanto, manteve a expressão firme, encarando a figura parada à porta.
— Acredito que eu tenha interrompido alguma coisa — a voz grave do reitor Charles ecoou pela sala, carregada de um tom que misturava incredulidade e uma ponta de sarcasmo.
Olhei para ele, sentindo o rosto em chamas, enquanto tentava organizar algum tipo de desculpa, mas nenhuma palavra se formava. Dante, por outro lado, se levantou de onde estava, ajeitando o paletó e mantendo a expressão impassível.
— Charles — começou Dante, em um tom respeitoso, mas firme. — Eu posso explicar.
O reitor cruzou os braços, uma sobrancelha levantada enquanto seus olhos passavam de Dante para mim, e depois de volta para ele.
— Acredito que seja prudente, professor Dante — respondeu ele, enfatizando o título com uma pontada de ironia. — A situação aqui parece... complicada.
Eu ainda estava presa num silêncio constrangido, desejando poder sumir daquele lugar. Charles olhou diretamente para mim, o rosto agora assumindo uma expressão mais severa.
— Senhorita Scarllete, gostaria que fizesse o favor de aguardar fora da sala. Preciso de uma conversa privada com o professor Dante.
Assenti rapidamente, me levantando e quase tropeçando na cadeira ao tentar sair. Não troquei uma palavra com Dante, apenas olhei de relance para ele, que mantinha o olhar fixo no reitor. Saí da sala com o coração acelerado, sem saber se sentia mais medo do que aquilo significaria para nós dois ou raiva pela forma como Charles nos pegara desprevenidos.
[Pelos olhos de Dante]
Charles se aproximou da cadeira mais próxima, puxando-a para se sentar, claramente decidido a ter uma conversa mais profunda. Ele me lançou um olhar sério, mas ainda com aquele resquício de amizade e compreensão. Depois de alguns segundos, respirou fundo e falou:
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O Fruto Proibido
Любовные романыScarlatte vive uma vida dupla entre os corredores de uma prestigiada faculdade de Direito e seu estágio em um renomado escritório de advocacia. Inteligente e determinada, ela sonha com uma carreira de sucesso, mas seus planos começam a desmoronar qu...