𝘔𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘳𝘢çã𝘰 𝘱𝘢𝘭𝘱𝘪𝘵𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘵𝘪-𝘑𝘰ã𝘰 𝘕𝘦𝘷𝘦𝘴

Sobre a minha loucura pelo João Neves

~My point view~

João Neves. O nome que fazia o meu coração bater mais depressa e que, para mim, sempre carregou uma magia especial. Não era só mais um jogador de futebol, mas sim o meu ídolo, a pessoa que eu mais admirava neste mundo. Ele era diferente – no campo, ele não jogava apenas para ganhar, jogava com uma paixão que parecia queimar, e era impossível não ser conquistada por isso.

Desde que o vi pela primeira vez na televisão, com apenas 18 anos a estrear-se pela seleção portuguesa, alguma coisa em mim mudou. Era um adolescente a conquistar o mundo com o seu talento e aquela confiança inabalável. Eu nunca tinha sentido uma coisa assim antes. Tornou-se quase uma obsessão, mas uma daquelas que não fazia mal; pelo contrário, era como uma luz a guiar-me.

À medida que ele foi crescendo no mundo do futebol, eu ia acompanhando todos os passos. Vivia as vitórias dele como se fossem minhas, os golos como se fosse eu quem os marcava. Cada entrevista que dava, cada nova camisola que vestia... eram todos momentos que eu vivia com ele, mesmo sem ele ter a menor ideia da minha existência.

No meu quarto, em casa, criei um espaço que era só dele. Um verdadeiro santuário dedicado ao João. As paredes estavam cobertas de posters dele, cada um a capturar um momento especial da carreira dele. Havia um cantinho onde guardava todos os recortes de jornais e revistas que conseguia, para não falar nas camisolas que comprava e que vestia em dias de jogo. Até consegui, num leilão online, um cachecol que ele tinha autografado num evento. Podia parecer demais, mas aquilo tudo fazia-me sentir próxima dele, como se ele fosse uma parte da minha vida.

Às vezes, perguntava-me como seria a minha vida se algum dia pudesse conhecê-lo. Sabia que parecia impossível – era como se estivesse a sonhar acordada, mas esse sonho dava-me uma esperança incrível. Imaginava aquele encontro, onde eu lhe poderia dizer tudo o que ele representava para mim. Sabia que, para ele, eu seria apenas uma fã entre tantas, mas, para mim, ele era mais do que um ídolo. Ele era uma inspiração, alguém que, mesmo de longe, tinha mudado a minha vida.

Recordo-me do primeiro jogo dele que assisti ao vivo. O estádio estava cheio, um verdadeiro mar vermelho e verde, e eu sentia uma adrenalina indescritível. Quando ele entrou em campo, todo o barulho pareceu desaparecer. Só o conseguia ver a ele, o cabelo desalinhado, a forma concentrada como olhava para a bola, e o sorriso que dava sempre que os companheiros de equipa o cumprimentavam. Nesse momento, tive a certeza: o João Neves era o melhor.

No fim do jogo, enquanto o público gritava e comemorava a vitória, senti-me completamente emocionada. E foi ali, entre aquela multidão, que fiz uma promessa a mim mesma: um dia, eu ia encontrá-lo. Não sabia como nem quando, mas tinha a certeza que esse momento ia acontecer. Eu tinha de acreditar nisso.

Com essa promessa gravada no coração, os dias passaram-se e a minha vida seguiu em frente. Mas o João continuava a ser uma presença constante. E, a cada jogo, a cada golo, eu sentia que essa ligação invisível entre nós ia crescendo. Podia parecer loucura, mas aquela paixão não era uma simples admiração. Era algo mais, algo que eu própria não conseguia explicar.

Não fazia ideia de que a vida estava prestes a mudar de uma forma que eu nunca imaginaria. Que aquele sonho que parecia impossível estava mais perto de se tornar realidade.