O encontro mais esperado

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Era um dia comum, como qualquer outro. Estava em Lisboa para visitar uns amigos e aproveitava o fim de semana para passear pela cidade. Não tinha grandes planos para o dia, por isso deixei-me levar pelo ritmo da cidade, perdida entre as ruas estreitas e o som das conversas ao meu redor.

Entrei numa pequena cafetaria no Chiado, um sítio calmo e com uma esplanada acolhedora, perfeito para uma pausa. Depois de fazer o meu pedido, sentei-me ao ar livre, a observar as pessoas que passavam e a absorver a energia da cidade. Estava tão distraída que quase não reparei nos risos vindos da mesa ao lado.

E então, algo dentro de mim despertou. Era uma voz... familiar? O meu coração começou a bater mais forte, como se quisesse avisar-me de algo. Olhei discretamente para o lado e, quando percebi quem estava sentado a poucos metros de mim, o tempo pareceu congelar.

Era ele. João Neves, em carne e osso. Sentado ali, como se fosse apenas mais um a desfrutar de um café em Lisboa. O meu ídolo, o homem que eu tanto admirava, estava ali, e eu não conseguia acreditar. Senti o coração acelerar, as mãos a tremer. Parecia que todos os anos de admiração, de espera, de sonhos, se tinham reunido naquele momento.

Pensei em levantar-me e ir embora, mas uma força inexplicável manteve-me ali, sentada, a tentar decidir o que fazer. Será que devia aproximar-me? Será que ele acharia estranho? Não queria parecer uma fã obcecada, mas... era uma oportunidade única. Não podia desperdiçá-la.

Respirei fundo e, antes que pudesse mudar de ideias, levantei-me e caminhei na direção dele. Cada passo era uma batalha entre a coragem e o nervosismo, e o som do meu coração parecia tão alto que achava que ele o conseguiria ouvir.

Quando finalmente fiquei perto o suficiente, consegui dizer, com uma voz um pouco trémula:

– João... desculpa, não quero incomodar, mas... eu sou uma grande fã tua.

Ele ergueu o olhar, e naquele instante, os olhos dele encontraram os meus. Foi um momento breve, mas intenso, e senti que o mundo inteiro tinha desaparecido. Ele sorriu, um sorriso genuíno, cheio de simpatia, e o nervosismo que sentia começou a transformar-se numa estranha sensação de calma.

João- Olá! – disse ele, com um tom caloroso. – É sempre bom conhecer fãs.

Aquela resposta fez-me sentir numa bolha de felicidade. Ele estava a falar comigo, e não parecia apressado, como se tivesse todo o tempo do mundo.

João-Como é que te chamas? – perguntou ele, ainda com aquele sorriso.

– Anny – respondi, tentando não mostrar o quanto estava nervosa. – Sou a Anny.

Ele estendeu a mão, e, ao tocá-la, senti uma eletricidade percorrer o meu corpo. Estava mesmo a acontecer. Eu, que tantas vezes sonhei com este momento, estava finalmente a conhecê-lo. E ele estava ali, a conversar comigo, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

João-Anny... – repetiu ele, como se quisesse guardar o meu nome. – É um prazer conhecer-te. De onde és?

– Bem... não sou de Lisboa, mas venho cá sempre que posso. Gosto muito da cidade – expliquei, a tentar manter a calma. – E sigo a tua carreira desde que começaste, como jogador.

Ele sorriu, e os amigos dele começaram a afastar-se discretamente, talvez percebendo que ele queria ter um momento a sós.

João—Sabes, é sempre bom saber que há quem valorize o nosso trabalho assim. Obrigado – disse ele, com uma sinceridade que me fez perceber que ele não era apenas o ídolo que eu imaginava; era também uma pessoa, com emoções reais.

Conversámos mais alguns minutos. Perguntei-lhe sobre a sua experiência a jogar pelo Paris Saint-Germain e o que ele sentia ao representar Portugal. Ele respondeu com tanta paixão e humildade que fiquei ainda mais cativada. Era como se o conhecesse de verdade pela primeira vez, e cada palavra dele fazia-me sentir que estava no lugar certo, no momento certo.

Quando finalmente olhei para o relógio, percebi que o tempo tinha passado mais rápido do que eu imaginava, e não queria abusar da sorte, nem incomodá-lo mais. Mas, antes de me despedir, ele olhou para mim, com um olhar que eu jamais esquecerei.

João—Foi muito bom falar contigo, Anny. Quem sabe, talvez nos voltemos a ver.

Aquelas palavras ficaram a ecoar na minha cabeça enquanto me afastava. Ele disse "talvez nos voltemos a ver". Será que foi apenas uma gentileza ou... uma possibilidade real? Não sabia o que pensar, mas aquela frase deixava um espaço para a esperança. E, enquanto caminhava pelas ruas de Lisboa, sentia que acabara de viver algo único, algo que poderia mudar a minha vida.

𝘔𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘳𝘢çã𝘰 𝘱𝘢𝘭𝘱𝘪𝘵𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘵𝘪-𝘑𝘰ã𝘰 𝘕𝘦𝘷𝘦𝘴Onde histórias criam vida. Descubra agora