Os dias que se seguiram ao encontro com o João foram de pura euforia. A lembrança de cada sorriso, de cada palavra que trocámos, fazia-me reviver aquele momento repetidamente. Não conseguia acreditar que tinha acontecido de verdade. Passei as noites a olhar para o teto, a imaginar o que poderia ter sido se tivéssemos falado um pouco mais, se tivesse tido coragem de o convidar para um café, se... se ao menos tivéssemos outra oportunidade.
Sabia que, para ele, aquilo provavelmente não significara muito, apenas um encontro casual com uma fã. E, mesmo assim, a forma como ele me olhou e o jeito como me agradeceu ficaram gravados na minha memória. Eu queria manter os pés assentes na terra, mas uma parte de mim não conseguia evitar sonhar um bocadinho.
Até que, numa quarta-feira à tarde, o inesperado aconteceu. Estava distraída, a meio de uma aula na universidade, quando o meu telemóvel vibrou no bolso. Normalmente, ignorava as mensagens, mas, por alguma razão, senti que devia ver. O que li no ecrã quase me fez desmaiar.
Era uma mensagem de um número desconhecido, mas, assim que abri, o meu coração parou. A mensagem dizia:
Mensagem on:
Olá, Anny. Sou o João Neves. Espero que não te importes de eu ter conseguido o teu número. Estarei por Lisboa esta semana... gostava de tomar um café contigo e saber mais sobre ti. Que dizes?"
Li a mensagem umas três vezes, só para ter a certeza de que não estava a imaginar coisas. João Neves, o João Neves, queria encontrar-se comigo? Era como se estivesse num sonho, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia tão real. Respirei fundo, tentando controlar a adrenalina, e escrevi a resposta, lutando para que a minha mão trémula não a estragasse:
"Olá, João! Claro, adorava tomar um café contigo. Diz-me onde e quando!"
Os minutos seguintes pareceram horas, mas finalmente a resposta chegou. Encontrar-nos-íamos numa esplanada discreta, no final da tarde. Passei o resto do dia numa nuvem, mal conseguia concentrar-me em mais nada. Quando chegou a hora de me arranjar, vesti-me com cuidado, procurando um equilíbrio entre parecer descontraída e, ao mesmo tempo, o meu melhor.
Mensagem off.
Cheguei ao local combinado antes do tempo, o coração a bater tão forte que tinha medo que alguém pudesse ouvir. Sentei-me numa mesa e esperei, a tentar controlar a ansiedade. E, então, ele apareceu. João Neves, com aquele sorriso que fazia tudo à minha volta desaparecer.
João-Olá, Anny – disse ele, enquanto se sentava à minha frente. – Ainda bem que aceitaste.
Sorri, tentando disfarçar o nervosismo, mas acho que ele percebeu.
– Não podia recusar, não é? – respondi, a rir um pouco. – É uma oportunidade única.
Ele riu-se, descontraído, e a forma como se inclinou para mim, como se realmente quisesse ouvir cada palavra, fez-me sentir que aquele era um momento só nosso.
Passámos as primeiras conversas a falar sobre coisas simples. Ele contou-me das viagens, da vida em Paris, dos desafios de ser uma figura pública. Aos poucos, percebi que ele era mais do que o ídolo que eu sempre imaginei. Era alguém que, tal como eu, tinha inseguranças e sonhos. A imagem perfeita que tinha dele começou a dar lugar a algo mais real, e talvez por isso ainda mais especial.
Em certo momento, ele olhou para mim com aquele olhar intenso, como se estivesse a ler os meus pensamentos, e perguntou:
– Anny, já tiveste alguém que te inspirasse de verdade?
Pisquei os olhos, surpreendida com a pergunta, e respirei fundo.
– Sim... – respondi, com um sorriso tímido. – Acho que tens uma boa ideia de quem é.
Ele riu-se, mas, por um momento, pareceu ligeiramente embaraçado.
João—Às vezes, esqueço-me de que a minha vida é conhecida pelas outras pessoas – admitiu ele, pensativo. – Mas ouvir isso de ti... é diferente.
Senti um calor a invadir-me o rosto. Aquela sinceridade dele fez-me perceber que talvez, por trás do ídolo que eu conhecia, estivesse alguém que só queria ser visto como uma pessoa comum. Senti-me corar, mas tentei manter o meu olhar no dele.
– Para mim, sempre foste mais do que um jogador de futebol, João – disse, com a voz mais segura do que esperava. – És alguém que me fez acreditar que os sonhos são possíveis.
Ele manteve o olhar no meu, e por um instante o silêncio pareceu dizer mais do que qualquer palavra. Havia algo naquele momento, uma ligação invisível, algo que eu nunca tinha sentido antes. Aquele café, que parecia tão simples, tornara-se num dos momentos mais intensos da minha vida.
Depois de mais algumas horas a conversar, ele olhou para o relógio e suspirou.
João—Vou ter de ir, Anny... mas gostava de repetir isto. Que dizes?
Não consegui evitar sorrir, o coração cheio de esperança.
– Claro. Gostava muito.
Trocámos números e, enquanto me despedia dele, percebi que algo tinha mudado. Aquela admiração que sempre senti por ele começava a transformar-se em algo mais. E enquanto caminhava pelas ruas de Lisboa, não conseguia evitar pensar: será que o impossível estava mesmo a acontecer?
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𝘔𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘳𝘢çã𝘰 𝘱𝘢𝘭𝘱𝘪𝘵𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘵𝘪-𝘑𝘰ã𝘰 𝘕𝘦𝘷𝘦𝘴
RomanceJoão Neves joga atualmente pela seleção portuguesa e pelo paris saint germain e eu (Anny)era apenas uma fã obsecada por ele até que nos encontramos,será que o amor pode fluir?