𝑿𝑿𝑿𝑽. 𝐑𝐞𝐟𝐞́𝐦

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Eu não estava sangrando, só não estava adorando o suficiente para que fosse fudida

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Eu não estava sangrando, só não estava adorando o suficiente para que fosse fudida. A dor era tão insuportável quanto da primeira vez, mas nada doía mais do que saber que ele me vendeu pra qualquer um, nada doía mais em saber que eu o amava, e que nada do que falasse ou fizesse seria o suficiente para que ele mudasse de ideia. Então, nada melhor do que colocar, de fato, um ponto final, em tudo o que vivemos.

Poderia fuder com o Diabo pela segunda e última vez, mas sabia que a falta por sangue e sexo lhe davam tanta abstinência que nenhuma tortura seria capaz de sufoca-lo tanto quanto isso.

- O que houve? Está tudo bem? - sinto seu membro sair de dentro de mim, e não pude evitar gemer um pouco, de prazer e alívio. Respiro fundo antes de olhar em seus olhos.

- Não tinha outra solução, Kaulitz? Nenhuma? - pergunto me virando para ele, querendo olhar seu sofrimento interno e me deliciar disso.

- Lilith... - ele sussurra, como se pedisse piedade silenciosamente.

- Me responda - eu não quero papo, apenas uma justificativa válida para tentar sentir menos o amor.

Um silêncio foi me dado como resposta, um silêncio que não podia pairar sobre o ar. Concordo com a cabeça, sabendo que essa era a explicativa de Tom, desligo o chuveiro e saio do box, o deixa do ali, sem olhar para trás, deixando o Diabo e tudo de mal que ele me fez.

- Por que veio atrás de mim, Lilith? - ele pergunta enquanto eu embrulhava meu corpo na toalha, observando meus ferimentos com nojo de mim mesma. - Por que decidiu vir atrás de mim naquela noite?

- Porque queria te ver morto, Tom - me olho no espelho, tentando me convencer de que essa era toda a verdade - Queria que seu sangue escorresse em minhas mãos. Queria te ver sofrer até que a morte te buscasse.

- E queria me ver - não o encarava, mas sabia que estava sorrindo - Queria apenas me ver. Ou estou errado?

Fixo meus olhos no espelho, nos machucados que ele me fez, e novamente a dívida do que eu me tornei faz com que eu siga adiante.

- Não, não está - admito, finalmente olhando seu corpo escultural e nu, com uma cicatriz horrível em sua perna. - Eu vim ver você, vim ver o homem pela qual me apaixonei. Mas vim com a decisão de matar o assassino dos meus pais, o MEU pesadelo.

- E o que te impediu, Lilith? - seus paços ecoavam pelo banheiro como em meus sonhos lúcidos - Me diga qual foi a merda que te impediu de me matar quando nos reencontramos?

- Seu toque, seu beijo, você por completo - meus punhos estão cerrados quando sinto falta de seus lábios nos meus - Você mesmo me impediu de te matar.

Nego com a cabeça e deixo o cômodo, observando o vapor sair do banheiro junto a mim. Vejo uma das minhas malas de viagem e vou até ela, na intenção de encontrar uma roupa para ficar o mais aceitável possível enquanto morro aos poucos.

The Purge | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora