CAPÍTULO X

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“Tenho um anjo no meu Coração, e um demônio em minha cabeça”     
 
  DESCONHECIDO

ARVID PHILIPS

    — Tem bom reflexo, garoto ! — O escuto falar ao acertar o pássaro com o estilingue.

    — Obrigado senhor — Falo, indo pegar o pássaro que havia caído no chão.

    —  Soube que tem se encontrado com minha filha mais jovem.

     Isso era o que eu mais temia, não é como se ele fosse ficar contente ao saber que sua filha se encontra com o filho de um lenhador.

     — Emma parece gostar de você — Diz de soslaio.

     — Eu sinto muito, Sr. Corse; devia ter lhe contado — Me curvo, sem saber o que fazer.

     — Levante-se, não estou o repreendendo.

   Me levanto confuso. Será que ele aprova isso ?

     — Arvid, você é um bom garoto, mas não serve para a minha filha.

     — O senhor tem razão, não tenho muito a oferecer, mas eu  juro que a amo — Falo, ainda de cabeça baixa.

     — Eu sei que a ama, e por esse motivo deve se afastar dela.

      Não eu não vou fazer isso.

    Levanto a cabeça e olho para o homem à minha frente.

     — Não posso fazer isso, prefiro morrer a não vê-la mais.

        Me olha admirado pela minha coragem.

     — Eu não estou pedindo, estou ordenhando ! Não incomode mais minha filha.

     — Eu também não estou brincando, senhor; não vou ficar longe dela — Por impulso, o empurro, mas não contava que havia um buraco escondido entre os galhos e folhas . A queda foi o suficiente para os galhos quebrarem  e abrir um buraco profundo. Antes mesmo que o segure, o mesmo cai.

     Entro em desespero, não consigo nem mesmo olhar.

    — Não..eu não queria..eu não queria — choro desesperado.

    — Olha, Arvid, me escuta, não foi sua culpa

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    — Olha, Arvid, me escuta, não foi sua culpa.
 
   Minha mãe me diz, mas estou assustado demais pra raciocinar . Como pode não ser minha culpa se eu o empurrei pra morte?

    Eu o matei ! Eu matei o pai da garota que amo. Nunca mais vou poder olhar pra ela sem sentir culpa ao vê-la chorar pela perda do pai.

     — Escute a sua mãe, não foi sua culpa, querido !

    A Sra.Corse sempre fora um tão elogiada e amada por todos por ter um coração bom. Mas era ela quem deveria está me amaldiçoando por tirar seu marido de si. Em vez disso, ela está aqui me consolando e dizendo que eu não tive culpa.

       Será ela tão estúpida?

    Não pensei muito no que acontecera. Apenas corri até minha casa e pedi por ajuda, mas já era tarde demais. Não havia chance de sobrevivência. E agora insistem em dizer que não fui o culpado.

    Não havia muito gente neste lugar , apenas minha mãe e a Sra.Corse.

    — Sobre este incidente, é melhor que ninguém saiba — A mãe de Emma diz a minha mãe — Se as pessoas de nossa vila souberem, irão azucrinar seu filho, e ele é só uma criança. Não merece o desprezo delas.

     Levanto do chão, onde chorava desesperadamente, e me aproximo da Sra Corse, me ajoelhando aos seus pés.

    — Eu sinto muito, senhora. Eu não queria. Eu juro.

    Ela se ajoelha, ficando no mesmo ângulo que eu, e me abraça.

     — Eu sei.. eu sei, querido. Não foi sua culpa.

   Sinto minha mãe pegar em meu ombro, me guiando a levantar.

    — Eu jamais esquecerei tamanha bondade.

    — O meu marido era um bom homem, e eu sei que ele sabe que não foi culpa do seu filho. Ele jamais pensaria o contrário, tenho certeza!

       Ela olha pra mim e diz.

    — Eu não vou contar para as minhas filhas. Emma não vai saber, eu prometo .Todos saberão que ele, ao sair pra caçar, teve um desequilíbrio e houve este incidente.

    Emma não deve saber. Por mais que eu a Ame mais que a mim mesmo, nunca mais poderemos ficar juntos. Não conseguiria olhar em seus olhos sabendo que sou o culpado de sua tristeza.

     Quando ela perder seu sorriso, eu irei me culpar !

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