Capítulo 10

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Eunji chegou em casa com um sorriso satisfeito, o peso das expectativas dos últimos dias parecendo mais leve.

A família dela estava contente por ela, e ela também acreditava que Jimin realmente operava um bem maior em seu lar, durante sua ausência.

Quando eu chegar em casa, meu marido estará de braços abertos, me aguardando ansiosamente.

Contudo, ao abrir a porta do apartamento, estranhou o silêncio que a recebeu.

Nenhum rastro de Jungkook ou de Jimin; o espaço estava vazio e imóvel, extremamente bem organizado, apesar da despensa dos funcionários.

Ela tirou os sapatos cuidadosamente e caminhou para a sala, mas nem sinal de movimento. Decidiu ligar para Jungkook, mas o telefone só tocava e, em seguida, caía na caixa postal.

Frustrada, Eunji suspirou e se acomodou no sofá, olhando ao redor, sem entender o paradeiro do marido e do santo ômega.

Esperou, esperou e, em algum momento, acabou adormecendo, rendida pelo cansaço e pela espera.

Ao abrir os olhos novamente, foi o som de vozes baixas e risadas abafadas que a despertou.

A porta se fechava atrás de duas figuras – Jungkook e Jimin, ambos tão próximos que quase pareciam uma só sombra.

Estavam em harmonia, sussurrando, até que os olhos de ambos encontraram a figura adormecida e agora desperta de Eunji no sofá.

O silêncio caiu como uma pedra, assim que a luz foi acessa.

Jungkook pigarreou discretamente, deixando escapar um leve desconforto, enquanto Jimin mantinha um sorriso bondoso, embora seus olhos mostrassem uma faísca de algo que Eunji não conseguia identificar.

— Ah… não esperava vê-la, Eunji. — disse o alfa, tentando soar casual.

Ela franziu o cenho, um pouco confusa.

— Como assim? Eu disse que voltaria hoje. Não estava me esperando?

— Na verdade, não. — Jungkook passou a mão pela nuca, sentindo o calor subir. — Acabei esquecendo que voltaria hoje…

Eunji ergueu as sobrancelhas, lançando um olhar que dizia tudo: como ele poderia esquecer? E por que não estava louco de saudade dela? O olhar, cheio de perguntas não ditas, foi direto para o santo ômega, como se Jimin devesse alguma explicação. Ele apenas sorriu serenamente, fingindo não captar o recado.

Depois de alguns segundos de silêncio desconfortável, Eunji voltou a atenção para Jungkook e seus olhos se estreitaram ao notar algo diferente.

— E… o que houve com o seu pescoço? — Ela indicou a faixa no pescoço do moreno.

Antes que Jungkook pudesse pensar em uma resposta, Jimin entrou em cena, com a voz suave e um olhar complacente de eterna compaixão.

— Pedi ao meu portador que me levasse para tomar um ar — disse Jimin, tranquilo. — Nos desculpe por não estar presente para recebê-la.

Eunji cruzou os braços, não se dando por vencida.

— Até às sete da noite? — questionou, a confiança soando quase desafiadora.

Jimin, mantendo o bom tom, respondeu com um sorriso que parecia inocente, mas escondia um veneno passivo-agressivo.

— Ora, o ar de fora existe a qualquer hora, é sempre bom tomá-lo a largos períodos.

Eunji, ainda com os braços cruzados, estreitou o olhar, a desconfiança crescendo.

— Mas que história é essa? Vocês têm passado horas fora, sozinhos, todo dia? — ela começou, a voz tensa. — Vocês realmente acham isso normal? Eu sou a esposa, Jungkook, já me cansei de pedir para sair contigo. E vocês se esqueceram disso?

Sob o véu Santo. ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora