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Eveline

— Bom dia amiga — Nati diz entrando no elevador da empresa junto a mim. — Ontem você ainda ficou um tempo lá fora?

— Não, logo entrei.

— Vou começar a te visitar mais vezes, sabe?

— Você é uma safada. Aquele cara tem uma cara completa de quem não vale nadinha. E aquele papo de que até prefere as morenas?

— Droga, eu gosto desses — Diz quase se derretendo. — Ele foi um fofo com seu filho.

— É, isso eu não posso negar.

— Já imagino aqui, você vai ao restaurante com o Martim e eu vou com ele.

— Começou com as ideias mirabolantes.

Logo chegamos no nosso andar e ela continua tagarelando. Eu pego meu café e vou para minha sala deixando ela falar sozinha.

Tardezinha eu estava falando com a Bruna sobre alguns negócios e o Martim passa por mim sério me chamando.

— Oi? — Me aproximo.

— Foi mal pelo fim de semana, acabei tendo alguns compromissos. Essa semana nós podemos ir se você quiser.

— A gente vê, tá tudo bem.

— Tudo mesmo?

— Tudo — Ele sorri fraco.

— Vou voltar a trabalhar. — Ele balança a cabeça e eu volto para perto da Bruna.

Encerrei meu turno as sete e vinte e desço indo para o estacionamento. Vejo o Rui aparecendo todo bagunçado e até imagino o que ele estava fazendo. Só cumprimento e vou para meu carro. Quando estou saindo vejo um homem saindo todo bagunçando também a pé. O mesmo daquele dia em que o Martim esteve aqui e eu o vi pela primeira vez.

Será que é o que estou pensando?

Sigo meu caminho e em uma avenida uma bmw preta me ultrapassa e acelera pela rua, reviro os olhos achando idiota, vai passar por cima dos carros no trânsito é?

Só sei que esse carro foi me irritando, ultrapassei e logo teve um sinal, parei e vi o carro parar ao meu lado. Quando abriu eu acelerei tentando ir na frente e me afastar, mas logo o carro me passou.

Mais a frente avisto meu condomínio e penso "finalmente" mas o carro vira para entrar no estacionamento. Sério isso?

Paro atrás e assim que o portão é liberado entramos. Estaciono na minha vaga e me surpreendo ao ver quem é.

— Ah, então era você a barbeira. — Ele ainda tem coragem de falar isso para mim.

— Ah, então era você que estava achando que seu carro voava — Ele ri.

— Olha, bem que eu queria.

— Barbeira nada, eu dirijo bem demais, só me irritei com você parecendo um louco.

—Ah, parecendo louco? Que nada. — Clico mais uma vez no botão do elevador. — Como tá o pivetinho?

— Tá bem, saí e ele nem tinha acordado ainda.

— Gastou muita energia ontem. — Passou a língua nos lábios olhando para o botão que acabei de clicar, indo apertar o do outro elevador.

— Me surpreendeu ele cansar, parece que tem energia infinita. — Falo ajeitando a chave do meu carro na mão.

— Criança é assim, minha mãe disse que eu era o demônio.

— Não duvido não.

— Por quê? — Me olha indignado franzindo a testa e eu sorrio.

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