Aquário

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Assim que seus companheiros partiram, Zoro e Sanji pegaram esfregões, água e sabão para cumprir as ordens da navegadora. Os dois faziam a tarefa em silêncio, enquanto o espadachim pensava apenas em uma coisa: Sanji.

Era tão difícil estar sozinho com alguém pelo qual você estava apaixonado e desejando ardentemente. Zoro nunca havia se sentido assim. Queria olhar nos seus olhos, contar o que sentia, tocá-lo e senti-lo. 

Zoro olhou para o cozinheiro, que parecia avoado e suspirou. No que Sanji estava pensando? Era torturante não poder decifrar seu companheiro.

Provavelmente o loiro estava se sentindo desconfortável por estar com ele; afinal, o cozinheiro sempre demonstrou certo repúdio e uma visão meio deturpada sobre homossexuais.

De todas as pessoas, por que tinha que ser Sanji? Por que o cara ele deveria apenas odiar? Por que o cara mais mulherengo e heterossexual que já conheceu? Toda aquela situação era irritante.

Zoro esfregava intensamente o chão do convés com uma aura raivosa quando seus pensamentos foram interrompidos por seu haki da observação. Sanji havia escorregado e, antes de se espatifar em um chão molhado, foi segurado por Zoro. Ambos se olharam enquanto o cozinheiro era segurado pela mão.

O coração de Zoro parecia uma escola de samba em todo o seu fervor enquanto encarava Sanji profundamente.

— Obrigado — disse, soltando-se. Zoro viu suas bochechas coradas. 

Espera… ele agradeceu Zoro? Normalmente, Sanji teria reclamado e provocado-o, mas isso não aconteceu. Seria porque estava desconfortável com ele? Ele pensava que Zoro o agarraria como uma tarado só por ser gay?

Quanto arrependimento por ser um boca-aberta.

Continuaram a limpar, agora em um desconfortável silêncio, e quando acabaram, Sanji se retirou e foi para sua amada cozinha. Zoro continuou no local, sentado e pensando…

***

Alguns minutos se passaram e Zoro sentiu um delicioso cheiro de comida vindo da cozinha de Sanji, o que o preocupou. Ainda faltavam pelo menos 2 horas para o resto da tripulação retornar, o que siginicava que era muito cedo para o loiro estar cozinhando.

Toda a tripulação sabia de um hábito do cozinheiro: sempre que estava nervoso, estressado ou ancioso, ia cozinhar. Mesmo sendo no horário de refeições ou não, Sanji preparava uma grande quantidade de comida. Desperdício não era um problema, visto que Luffy e a tripulação comiam tudo sem nem reclamar. Ou seja, se Sanji estava cozinhando, era porque estava se sentindo incomodado com algo, e esse "algo" só podia ser Zoro.

Ele se levanta e vai em direção a cozinha, abre a porta e encontra o cozinheiro estressadamente cortando uma couve e colocando-a na panela com água fervendo. Nesse ponto, era óbvio que ele havia notado a presença do espadachim, mas não disse absolutamente nada.

— Por que está cozinhando?

— Sou um cozinheiro, não preciso de um motivo específico para cozinhar — respondeu em um alto tom de voz.

Zoro sentiu-se um idiota pela pergunta.

— Ainda falta muito para os outros chegarem, a comida vai esfriar desse jeito.

Sanji pensou um pouco antes de responder.

— Estou fazendo a porção de Luffy, que come por todos.

— Eu e você sabemos que isso não é verdade. Por que você tá nervoso?

— Você se importa?

Claro que ele se importava. Mais que tudo no mundo, ele se importava com o cabeça de palha.

Pensamentos Impuros - ZosanOnde histórias criam vida. Descubra agora