Capítulo dezessete - Com a dor, escolho?

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Já estava quase na hora de ir e como não era nenhuma ocasião especial ia do mesmo jeito que cheguei do colégio. Afinal acabei dormindo a tarde toda.

Toc toc.

Alguém bateu na minha porta e eu a abri devagar.

— O que você quer? – Cristina estava na minha frente com uma caixa entre as mãos.

— Quero te dar isso! – Me entregou a caixa abrindo um grande sorriso.

Abri, receosa, a caixa por fora era preta um pouco larga, dentro era vermelha e havia uma adaga com uma lâmina que brilhava me deixando encantada, sua bainha era preta com um detalhe vermelho, ao lado tinha uma garter preta que serviria para colocar a adaga.

— Por quê? – A olhei e seus olhos já me diziam tudo.

— Para uma ocasião especial. – Virou e pegou algo preto. — Esse vestido também.

Peguei o vestido na mão e parecia cair até um pouco antes do joelho, tinha renda e a cintura era marcada, em cima havia um pano meio transparente também preto.

— Use só em uma ocasião especial. – Sorriu e saiu.

Peguei tudo e coloquei dentro do armário provavelmente ia ficar ali mais algum tempo.

Olhei o relógio e já era cinco e cinquenta da tarde, não me importava em chegar algum tempo depois, mas resolvi sair agora.

O caminho foi como sempre, a rua quase deserta, quase sossegada, as poucas pessoas me encaravam. Na frente do colégio o portão estava fechado, era obvio que estaria. O colégio estaria deserto para baderneiros fazerem até uma festinha.

Dei a volta até um portão que sempre ficava aberto ao lado do colégio, não havia barulho, mas eu já sabia onde estavam.

Atrás do ultimo edifício do colégio havia um lugar coberto com piso e azulejos brancos e me dirigi até lá em passos lentos, observando como era bom o lugar sem as pessoas.

— Alexia, já são seis e vinte. – Patricia estava sentada, sozinha, no chão fumando um cigarro que pude identificar da marca Marlboro.

— To nem ai. – A encarei com desprezo.

— Senta. Vamos conversar! – Sentei a uma boa distancia dela. — Você sabe que o Bryan tinha uma namorada antes de vir pra cá?

— Ah. – Olhei as árvores em volta, ela me chamou aqui pra isso?

— Então, ele não era apaixonado por ela e ai não achamos estranho ir mais adiante mesmo sendo tão rápido. A paixão é assim, rápida! – Indagou sorrindo.

— Se foi isso que me queria dizer já estou indo embora! – Gritei me levantando para ir embora e ela também.

— Bem... – Estalou os dedos. — Tem algo mais!

Algo foi colocado na minha cabeça e eu não podia ver nada, alguém me levantou e eu não evitei em me debater e depois fui colocada em algo que identifiquei ser uma cadeira. Não me debati, amarraram meus braços e pernas a cadeira e eu me senti uma de minhas vitimas.

Atrás de mim sentia algo, talvez fosse o pilar que tinha no centro do lugar.

Alguém puxou aquilo da minha cabeça e pude perceber uma meia lua de pessoas, deveria ter umas quatro pessoas ali, o único rosto conhecido a mim era o de Patricia.

— Você não vai mata-la não é? Se não eu não fico. – Alguém atrás de mim falou e eu ouvi vários "eu também".

— Não! Quietos. – Gritou e eu pude ver seu rosto vermelho de raiva, depois respirou fundo. — Bem, vamos começar! É só uma liçãozinha para ela

Apaixonada Pela TorturaOnde histórias criam vida. Descubra agora