Me arrumei rapidinho em casa e escutei a buzina do Joca mais uma vez, todo apressadinho, nem parece que vai dirigir de 20 por hora, afe.
Tirei uma foto antes de descer e postei no insta, tô muito gatinha pra deixar só o lerdo do Joca ver.
Isís: Tô indo, Joca! Meu Deus. - Resmunguei trancando a porta e ele me encarou, me olhando de cima a baixo. Sem graça e vermelha, foi exatamente a minha reação, ai que ódio. - O que foi, ein?
Joca: Agiliza pô, achei que tu ia se arrumar, ficou feia pra caralho. - Dei risada da maior mentira que eu pude ouvir essa noite, e entrei no banco do passageiro, sentindo o carro muito, muito gelado por conta do ar. Nossos perfumes se misturaram assim que ele entrou também, deixando um clima gostosinho a beça.
Isís: Conta outra Joca, tô gatinha pô, e se você não achar, eu tenho certeza que outros vão. - Ele franziu a sobrancelha e pigarreou, me fazendo sorrir de lado encarando ele.
Joca: Lorota. - Resmungou baixo e eu suspirei, fazendo um beicinho. Será que eu tô feia mesmo? - Tô zoando gatinha, tá na moral tu. - Percebeu minha reação e eu só resmunguei baixinho, abrindo a localização.
Fui ajudando ele a chegar, e por incrível que pareça ele veio rapidinho. Paramos na porta do condomínio, muito chique por sinal, e ele me olhou.
Isís: Se não for muiiito incômodo, tu pode vir me buscar às 03:30? Se você for estar ocupado, ou só não querer mesmo, não tem problema. - Questionei e ele torceu o bico me encarando. - Eu arrumo um jeito viu, tudo bem, cuidado quando tiver voltando. - Me dei por vencida e quando fui sair do carro, ele trancou as portas, me fazendo estranhar.
Joca: Respira cara, não deixou nem eu pensar na moral. Tô suave, eu venho, 03:30 to aqui na frente te esperando. - Sorri mostrando os dentes e ele sorriu de lado, destravando as portas. - Cuida aí, tô te deixando inteira e quando eu voltar, tu tem que tá inteira também, ou então quem vai virar picadinho pelo seu pai, sou eu.
Balancei a cabeça, agradeci pela carona e desci do carro. Observando a loira me esperar do outro lado da rua, sorriu pra mim e acenou, me chamando.
Enquanto tava indo de encontro com ela, abri o WhatsApp e enviei a localização em tempo real pro meu pai, dizendo que tinha chegado bem e 03:30 o Joca viria me buscar.
Maressa: Tá gatinha amiga, vem vamos entrar. - Concordei com a cabeça, passamos pelo porteiro e fui seguindo a Maressa.
(...)
Entramos dentro da casa onde estaria tendo a festa, e novamente, entrei no universo de riquinhos mimados e inconsequentes. Metade ali já tava cheirado, e a outra metade bem chapados de balinha. Fiz uma careta observando cada um, e fui seguindo a Maressa, que logo parou em um garoto.
Estatura média, branquinho e loiro do cabelo liso, era bem bonitinho na verdade.
Júnior: Tudo bem? Eu sou Júnior, dono da festa. - Se apresentou esticando a mão pra mim e eu apertei, sorrindo pra retribuir.
Isís: Isís, sou amiga da Maressa. - Ele sorriu e eu só olhei ele, e depois desviei. - Casa legal!
Junior: Valeu. Tu quer alguma coisa pra beber? Tem cerveja e whisky, aceita? - Questionou e eu pensei antes de responder, tô em uma festa pra curtir, não iria recusar um copinho só.
Balancei a cabeça concordando e ele me levou pra fazer meu copo, não deixo ninguém fazer copo pra mim, sou muito medrosa de me drogarem ou algo assim.
(...)
Conversa vai e conversa vem, logo o Junior me beijou, e eu acabei retribuindo o beijinho dele, que tava bem bom. Parei no meu primeiro copo de whisky e continuei apenas na agua, já a Maressa, tava tocando o terror.
Junior: Tu tá linda, princesa. - Me elogiou passando a mão pela minha cintura e se abaixou, relando o nariz no meu pescoço, o que me causou cócegas e eu afastei.
Maressa: Tô muito doida cara, meu Deus. Acho que botaram bala pra mim pô, tô vendo tudo duplicado. - Parou do meu lado falando alto e eu neguei com a cabeça.
Isís: Não acha melhor irmos pra casa? Ou então parar de beber um pouco? - Perguntei e ela franziu a sobrancelha, balançando a cabeça e dizendo que não.
Júnior: Deixa ela curtir, ninguém vai fazer nada com ela, nada que ela não queira aqui. - Estranhei sua fala e me afastei dele, percebendo realmente a intenção de todos. - Digo, a Maressa é assim, ela gosta dessa vida.
Isís: Bom, e eu não ando com gente sem noção, acho que já deu minha hora. - Falei desconfortável sentindo ele chegar mais perto do que o necessário, e quanto mais eu afastava, mais ele aproximava. - Maressa, tu vai pra tua casa?
Maressa: Nem, vou dormir aqui. Pode Júnior? - Perguntou rindo e ele confirmou com a cabeça.
Suspirei, me despedi do garoto só acenando e fui pro lado de fora da casa dele, ainda dentro do condomínio.
Isís: Sei que tá meio cedo do que combinamos, mas minha vibe chegou ao fim, pode me buscar? (02:13)
Joca: Qual foi?
Joca: Arranjou problema? (02:13)
Isís: Não, só não tô me sentindo muito legal pra continuar. Se tiver ocupado, eu vou de Uber
Joca: Quando eu chegar aí, te dou um toque (02:14)
Isís: Tudo bem.Suspirei aliviada por ele poder vir e bati o pé no chão repetidas vezes, como um tique nervoso, eu realmente queria ir embora. Tava curtindo a festa até certo ponto, mas comecei a achar o Junior sem noção.
Passou um tempinho e vi a chamada do Joca, atendi e ele respondeu que tava na porta. Acelerei meus passos, dei boa noite ao porteiro que quando eu passei, fingiu que estava acordado.
Joca: Tá voltando cedo. Tá bebada? - Questionou e eu fiz careta olhando ele, e neguei com a cabeça. - Qual foi então?
Isís: Só não tava curtindo mais, juro. - Fui sincera e ele concordou com a cabeça, ligando o som, Mc Kevin é foda.
Joca: Quer passar pra comer um lanche? Na minha conta. - Perguntou e eu sorri, concordando. Tô com fome pra caraca, amassaria muito um lanche agora.