Beijo inesperado

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Num encontro casual e descontraído, o João e eu acabamos por nos ver a sós numa situação inesperada. Entre conversas e risos, o momento torna-se cada vez mais próximo, e, sem percebermos a cumplicidade transforma-se num beijo espontâneo e intenso, deixando-nos confusos, mas ainda mais próximos.

João convidou-me para ir a um parque que ele adorava, longe do centro de Lisboa, num recanto sossegado e com uma vista incrível sobre a cidade. Era um final de tarde, e o céu estava pintado de tons alaranjados e rosa. Eu mal conseguia acreditar que estava ali com ele, num lugar tão bonito, partilhando um momento tão descontraído e especial.

Sentámo-nos num banco de madeira, conversando sobre tudo e nada, desde histórias de infância até aos nossos sonhos mais secretos. Entre uma piada e outra, acabámos por rir tanto que ele, ao tentar controlar o riso, ficou a centímetros do meu rosto.

João (sorrindo, os olhos ainda brilhando da risada) — Não me lembro da última vez que me ri assim. És mesmo boa companhia, Anny.

(tento esconder o nervosismo) — Eu é que não esperava que tivesses um lado tão... tão divertido. Acho que fazes bem em mostrar esse lado.

João — Contigo, parece natural. Acho que é porque não me vejo como "o jogador de futebol" quando estou contigo. Sinto-me... eu próprio.

(Ele olha para mim, o sorriso desvanecendo ligeiramente, mas os olhos ainda fixos nos meus.)

Por um instante, o silêncio entre nós parecia dizer mais do que qualquer palavra. Ele estava tão perto que eu conseguia sentir a sua respiração, e o meu coração começou a bater descontroladamente. Tentei afastar o olhar, mas algo nos prendia, como se estivéssemos suspensos num momento único.

Foi então que, quase sem perceber, ele aproximou-se mais, e os nossos lábios tocaram-se, num beijo suave e inesperado. Foi breve, mas intenso. Quando nos afastámos, ambos ficámos parados, surpresos e ligeiramente envergonhados.

João (passando a mão pela nuca, um pouco embaraçado) — Desculpa... eu... não sei o que aconteceu. Não estava a planear...

(Tento não mostrar o nervosismo) — Eu também... acho que, bem... aconteceu. Não precisas pedir desculpa.

( sorrimos , sem jeito, mas há uma nova cumplicidade entre nós.)

O momento deixou-nos os dois em silêncio, mas um silêncio cheio de significado. Era como se aquele beijo tivesse mudado tudo, mas, ao mesmo tempo, tivesse sido a coisa mais natural do mundo. Quando nos despedimos ao fim da tarde, percebi que o meu coração estava mais leve, e que algo em mim sabia que aquele era apenas o começo de algo mais profundo entre nós.

𝘔𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘳𝘢çã𝘰 𝘱𝘢𝘭𝘱𝘪𝘵𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘵𝘪-𝘑𝘰ã𝘰 𝘕𝘦𝘷𝘦𝘴Onde histórias criam vida. Descubra agora