Yoongi É "O Bebê"

conhecer, negar e aceitar

🍼🍼🍼

 

  Acordar na manhã seguinte foi confuso. Sua mente ainda perdida entre o real e o ilusório, ao que ele abria e fechava as pálpebras para se situar de fato no ambiente. A janela havia ficado aberta e, por isso, a luz incômoda que lhe despertava estava ali, entretanto, Yoongi possuía um sono pouco raso, e sempre demorava mais que o nescessário para expulsar a nevoa da manhã.

  Enquanto ele teimava em se espreguiçar para em fim levantar, passou a recobrar a memória piamente, desde a discussão com seu hyung, a ele arrumando seu quarto, até aquele dado momento estranho que era vago em suas lembranças, apenas flexões ligeiros e pouco visíveis que lhe tramitam certa inquietação.

  Se sentia confuso antes de tudo, e quando se conscientizou da pelúcia macia que tinha próxima ao seu corpo, foi que realmente se recobrou dos enventos do dia anterior.

  Aquela raposa em seus braços, lhe foi o marco para lembrar de tudo, desde sua mente ficando nublada simples a ele agindo inconsciente, como se não houvessem limitações para sua mente, ao que agiu tão infantilmente quanto uma criança de poucos anos, que ainda estava aprendendo a falar.

  Foi um auto reflexo quando se sentou bruscamente na cama, os olhos grandes e perplexos em direção a nada em específico, apenas vislumbrando a si mesmo naquele dito momento vago de imersão em algo raso e sem qualquer explicação. A tal pelúcia sendo apertada entre seus dedos, enquanto o jovem teimava em encontrar uma resposta plausível para seus atos na tarde do dia anterior, mas nada parecia certo. Havia ele adoecido da cabeça? Eram esses os resultados de tanto estresse que Seokjin sempre alertava?

  De repente começou a teimar consigo mesmo em prol do medo que o tomou, não sabia o que havia acontecido, mas tudo que não se explica, assusta. Ele então vagou os olhos por todo o cômodo, observando sua própria bagunça tentando categorizar os gatilhos para aquele evento confuso, porém nada realmente lhe lembrou de qualquer coisa útil e então passou a pensar nos possíveis sintomas de doenças mentais que ocasionalmente lhe levassem a um autodiagnóstico, mas sem qualquer resultado, e veja, apesar da fama, Yoongi era até que muito inteligente e interessado em certos assuntos, talvez por influência do líder, mas era, com isso, a única coisa que conseguia imaginar dali em diante, foi que sua doença era tão rara que nem deveria ter cura.

  Passou a se encher de paranóias, desde mal de alzheimer, a um tumor cerebral, tudo poderia resultar naquilo, não? Por certo que estava fazendo um drama grande, ele reconhecia, até porque não era como se aquele período contado, em que se sentiu como uma criança pequena, tivesse realmente um peso ruim. Na realidade, ele ainda podia dizer que a sensação era mágica e ainda vivida, como se possuísse todas os sonhos bons do mundo e a felicidade fosse uma companheira frequente, de como se sentiu em paz e despreocupado enquanto admirava um brinquedo laranja e macio que em sua mente se assemelhava a coisa mais extraordinária que seus olhos viram e era meramente uma pelúcia qualquer, mesmo seu sono foi tão bom que nem se quer acordou na madrugada como de costume, mas ainda sim, era algo assustador.

  E como qualquer pessoa faria em momentos como esse, foi procurar respostas na internet.

  Deixou a raposinha na cama e levantou de vez a procura de seu celular, não achou o dito aparelho, mas encontrou seu notebook. Se arrumou no chão mesmo e abriu para ir direto na aba de pesquisas.

— como eu escrevo?— a questão veio assim que seus dedos encontraram o teclado. O que deveria digitar afinal? "Adultos agindo como criança" pesquisou e uma tal de "síndrome do Peter Pan" apareceu, ele leu um pouco, mas não era aquilo. Se frustou um pouco, e seu aborrecimento exalava por todos os seus gestos, seus dedos inquietos, batucando as teclas aleatoriamente até que algo lhe viesse à mente.— o que é isso? O que eu tenho?— perguntou a si mesmo, apenas lhe aumentando a sensação de frio no estômago, proveniente do medo. Ele não queria que fosse algo ruim, mas algumas lágrimas já inundava seus olhos.— "mentalidade de criança ".— disse em voz alta, enquanto escrevia, outro artigo apareceu e novamente não era isso.