14 de Abril, 2024
Renan
— Não Renan, Eldergoss não vai bem nesse time — Eduardo teima comigo. Estou jogando Pokémon e ele, contra a minha vontade, está me dando opiniões sobre minha composição de time.
— Você não sabe o que diz — Digo enquanto me arrumo no assento do carro. Meu pai está nos levando para Santo Agostinho no carro dele, porque meu trabalho me atrasou ao ponto de não ter ido com as meninas e os meninos de ônibus.
— Nunca entendo esse jogo que vocês dois tanto gostam — Meu pai comenta enquanto está focado dirigindo do meu lado.
— O senhor não é o único — Ironizo olhando para trás, onde Eduardo está e ele franze o cenho quando entende.
Estamos numa estrada no meio do nada, somente mato dos dois lados da estrada. Volta e meia um carro passa por nós, mas de modo geral a viagem continua calma e solitária. A viagem seguiu normalmente, Eduardo e eu conversamos sobre algo aleatório aqui e ali e meu pai fazia um comentário sobre quando era algo do seu interesse. Depois de uma hora de viagem, chegamos na placa de Santo Agostinho.
De primeira mão, não estou tão surpreso pela cidade, parece uma cidade como outra qualquer, mas nunca se sabe o que se esconde pelas cobertas. Minutos depois, paramos na rodoviária, está meio vazia e nem sinal do pessoal.
— Tem certeza que querem ficar aqui? Eu posso levar vocês para a casa lá — Meu pai pergunta de dentro carro, inclinando um pouco para fora.
— Não precisa, pai, a gente marcou de se encontrar aqui.
— Mas pelo visto eles não cumpriram a parte deles do plano — Eduardo sussurra atrás de mim enquanto fica olhando aos arredores, mas acho que meu pai não escuta seu comentário.
— Tá bom então, se cuidem, eu mando mensagem quando chegar em casa — Ele liga o carro.
— Se cuida o senhor também — Falo e ele vai embora. Vejo seu carro enrolando na esquina e não o vejo mais.
Dou uma olhada pela rodoviária e assim como Eduardo, não vejo ninguém. Suspiro bem profundamente.
— Talvez eles estejam em outra parte daqui, vou ligar para Felipe — Eduardo fala e pega seu celular. Ele procura por alguns segundos o contato de Felipe e finalmente o liga.
— Lipe? Onde vocês estão? Aham... Aham... Sério? Beleza — Ele conversa com o outro e enquanto eu confiro os bolsos da minha mochila para garantir que não esqueci de nada. Ele se aproxima de mim guardando o celular no bolso. — Aparentemente o Joaquim ficou meio mal porque não comeu nada até agora e então eles foram numa lanchonete aqui perto para comerem algo de café da manhã — Ele pega suas malas do chão. — Então vamos também.
— A gente já tomou café — Eu falo enquanto pego minhas coisas também.
— E? Você não precisa comer — Ele comenta e eu começo a lhe seguir, já que não sei onde a lanchonete fica.
Eu fico em silêncio e a gente se dirige para o estabelecimento, que não fica muito longe, já que foram menos de dois minutos para achar. Olho para o letreiro: Lanchonete da Rita. Entramos e a lanchonete até tem um ar acolhedor, como um abraço de vó e o horário ajuda na iluminação do lugar. Fico procurando o pessoal e Eduardo aponta para uma direção, onde eles estão sentados em uma mesa grande, acenando para gente.
Finalmente, depois de uma longa viagem, nos encontramos com o grupo. Cada um está comendo algo e tomando sucos diferentes. Violeta e Lara estão comendo um misto quente, Naomi, Henri e Felipe estão com omelete com bacon e Joaquim é o único comendo um folhado de queijo e presunto. Parece um cardápio sólido.
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Paralelos - Ponto Fraco
RandomJoaquim tenta fugir de si mesmo, dos seus próprios pensamentos, pois é como se ele perdesse o controle da situação e isso teria consequências que ele tenta não pensar. Ás vezes, para contornar não ficar sozinho com si próprio, ele acredita que está...