Por um espaço curto de tempo eu achei que ela não viria. Eu acreditei cegamente que a jovem não estaria aqui, e isso me deixou um tanto, quanto incomodado.
Meus olhos a caçavam a cada vez em que respirava, por aquele estádio vasto e cheio, mas ninguém era ela, eu sabia que não.
A presença de Dora era importante a mim, eu, bom, esperei todos os dias pelo dia que finalmente a veria entrar pelo campo, pular em meus braços e deixar escapar que sempre acreditou em mim.
E hoje era este momento. Final de campeonato, estádio hipermega lotado, clima hostil, estava tudo perfeito, mas, faltava ela, então, automaticamente faltava tudo.
Passei as mãos pelo cabelo suspirando com precisão. Mudei o rumo dos olhos das arquibancadas e tentei voltar a me concentrar nos exercícios pré jogo.
— Muda essa cara, parece que estar em um enterro. — Sussurrou meu colega, ainda no processo de alguns movimentos para alongar o corpo. — Ela vai vim.
— Ela quem? — Me fiz de idiota. Tá aí algo que sempre fazia. — Não sei do que estar falando. — forcei um pouco mais.
— Isadora. — retrucou em um tom óbvio — não se faça de idiota, você é um, mas não tem porque exagerar.
O olhei incrédulo. Ele era mesmo um amigo?
— Talvez ela não venha. — pressionei os lábios por dentro da boca, sentindo meu corpo vibrar ao finalmente perceber que, depois de ontem, certamente ela não viria.
Dora e eu éramos um caso indefinido, não tínhamos nada sério e ao mesmo tempo tínhamos a união mais estável e gostosa desse mundo. Em outras palavras, ficávamos a muito tempo, conviviamos juntos diariamente e na gaveta do meu quarto, havia mais coisas dela do que minhas. Mas, não éramos namorados, tão pouco casados.
Talvez, falta-se uma atitude a mais. Uma atitude que deveria partir de mim, mas que ainda me causava arrepios na nuca.
Apesar de gostar como nunca da moça, eu tinha medo. A palavra "compromisso sério" ainda era um assunto delicado a mim.
E com certeza esse foi o motivo de nossa briga de ontem. Dora quer mais. Depois de dois anos nesse lenga a lenga, a garota acredita cegamente que estar na hora de assumimos algo, mas eu, ainda me sinto um tanto, quanto recuado quanto a isso.
E ela, não entende. E tá tudo bem. No fundo desconfio que a certa da história seja de fato a jovem de belos cabelos castanhos.
— Não? Então quem é aquela ali? — apontou para uma região afastada do campo e eu pude destinguir pela primeira vez a mulher de quem tanto senti falta.
Meus lábios alargaram-se em um sorriso tão sincero quanto a claridade do dia. Meus olhos brilhavam em sua direção, como se estivesse a descobrir o maior tesouro da minha vida. E de fato, ela era.
VOCÊ ESTÁ LENDO
INVISIBLE PLAYERS | Jogadores
FanficONDE eu escrevo sobre jogadores que não tem tanta relevância aqui no Wattpad, ou, ONDE eu escrevo sobre jogadores menos acessíveis.