Cecilia.
Eu jogada sobre o porta mala, com a mão na barriga rezando para que nada tivesse acontecido com meu bebê, e para que Rafael estivesse bem. Rafa no banco de trás, andamos por muito tempo, até o carro finalmente para. eles descem parecerem cochichar com um terceiro envolvido. Mais eu consigo ouvir um pouco.
— Vamos tirar ele de lá...- um deles falava, pensei em Rafael na hora.
O porta-malas foi aberto com agressividade, todos eles encapuzados. Enquanto um me pegava pelo braço o outro já empurrava Rafael para dentro de uma casa, nos jogam dentro de um quarto o trancando logo depois.
Rafa corre pra mim me abraçando, seu rosto inchado de tanto chorar, transparecendo seu medo e desperto.— Cecília o que ela vão fazer com a gente?- ele pergunta se agarrando em mim.
— Não sei Rafa, mais não vou deixar eles te fazerem mal tá? - ele deita sobre meu colo, e eu acaricio seu cabelo, tentando dar-lhe um pouco de tranquilidade.
— cadê você Beto, cadê você amor...- eu sussurro baixinho pra mim mesma. Passando a mão pela cabeça de Rafa, sinto uma lágrima descer sobre meu rosto, eu não podia deixar ele saber, mais estava tão desesperada quanto ele.
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Roberto.— EU QUERO A MINHA FAMÍLIA. - minha raiva e impotência iam tomando conta de mim. Eu precisa de notícia deles e já faziam horas que eles tinham sido levados.
— Calma Roberto...- Coronel falava, tentando me acalmar. — Você sabe que eu não posso envia uma equipe, sabe-se lá pra onde eles foram...- a voz dele e razão me irritavam.
— Ela tá grávida padrinho....ela tá grávida....eles estão com minha mulher e meus filhos- Coronel, ficou chocado, não deixando esconder sua cara de surpresa. Ele forma um sorriso leve, mesmo que não gostasse de Cecília, sabia que era ela a mulher que eu amava.
— Vem cá garoto...- pela primeira vez ele agiu apenas como meu padrinho. — Parabéns, parabéns mesmo. — Ele me abraça me dando dois tapas nas costas — Precisamos esperar, se foi um sequestro eles vão ligar pedindo algum resgate...- ele tinha razão, mais eu não queria, eu não podia simplesmente ficar esperando. Ando de um lado por outro, bufando, tentando agir com a razão pra nada acontecer com eles.
— Tá bom. Eu dou mais duas horas Coronel, se não eu vou pegar minha antiga equipe e vou revirar Niterói e o Rio de Janeiro inteiro se for preciso. - ele concorda, sabendo do que eu sou capaz.
— Eles vão ligar...senta, vou pegar um café. - eu sento, apoiando a cabeça sobre as mãos.
Eu não entendia, não conseguia pensar quem poderia ter sido, porque teria feito aquilo. Se Rosane não mentiu, eles queriam Rafael, sabe se lá porque e levaram Cecília junto. Tudo era confuso e embaçado na minha mente, eu tentava pensar em tudo, até em Rodrigo, mais ele estava preso, seus amigos também. Mas um coisa vaga pela minha cabeça, fazendo minha mente estremecer, algo que o Rodrigo me disse quando o prendemos.
* " isso não acaba aqui capitão " *
Aquela frase dele fica se repetindo na minha cabeça, junto com a imagem dele tranquilo demais na apreensão. Tudo parece fazer algum sentido. Coronel entra pela porta com só cafés, e eu já logo me levanto.
— Coronel, no dia da apreensão do Rodrigo, ele estava muito tranquilo, como se não estivesse ligando de estar sendo preso....- ele se senta na cadeira dele, ouvindo atento.
— Mais o que isso associa ele ao sequestro. - ele me olha confuso, tentando entender.
— Eu ainda não sei...mais me lembro dele falando que, ainda não tinha acabado...- ele suspira, mais não parece mesmo a ver muito sentido. Rodrigo poderia só ter tentado brincar com minha cabeça.
Depois de alguns minutos eu recebo uma ligação, número desconhecido. Atendo de imediato.
— Alô ? - ouço uma respiração pesada.
— Escuta bem, com atenção. - eram eles. — Queremos a liberdade do Rodrigo, em 24 horas...ou você nunca mais vai ver eles...entendeu Nascimento? - eu sabia que tinha a ver com Rodrigo, e agora eu tinha a prova.
— Desculpa eu não entendi. - coloco no viva voz, enquanto o coronel o ouve repetir.
— Não temos esse poder, você sabe disso....vamos conversar....renegociar...- ele me interrompe a gritos.
— NÃO TEM NEGOCIAÇÃO, DA SEU JEITO! - ele desliga com brutalidade.
— caralho...- jogo o celular sobre a mesa. — Avisa o Governador, eu vou até a cadeia falar com o Rodrigo....- ele me olha intrigado, mais não discuti, não tínhamos tempo pra isso.
—————- PRESÍDIO BANGÚ 3 ————————
Espero Rodrigo na sala e visitas, sentando olhando pro chão. Tentando controlar minha raiva, ele passaria daquele porta e eu não poderia fazer nada. Trabalhando tantos anos com todos os piores tipos de bandidos, traficantes. As piores raças de seres humanos, nunca conheci alguém que seria capaz de sequestrar até a própria irmã.
Ouço a porta ser aberta, vendo de longe a roupa branca do presidido, levando me um olhar ele, já vendo seu sorrisinho de satisfação; ele sabia que eu viria.
— Ora, ora ora capitão. - ele debocha da situação, sabendo o poder que tem sobre ela. — Nos vimos mais cedo do que você esperava, não é? - ele continua soltando sua risada sarcástica, me tirando do sério.
— Eu te subestimei de novo....- eu me aconchego na cadeira. — Você é muito mais podre do que eu imaginava....- ele agradece com sua expressão.
— Como está Rafael? - ele pergunta colocando as mão sobre a mesa.
— só me explica uma coisa....onde Cecília entra no seu plano, Rafael e pra me atingir, até aí eu entendo....mais Cecília e sua irmã...- seu sorriso parece cair sobre o rosto, e seu rosto confuso, como se não soubesse do que eu estava falando me intriga.
— Do que você tá falando? - sua voz começa a engrossar. — Só o seu filho foi pego. - Rodrigo não sabia de Cecília, além de podre era burro.
— Cecília foi levada junto, grávida seu filho da puta . - ele fica branco, não esperando pelo que eu ia dizer.
— pera ae, eles levaram ela? E a ciça tá grávida?....- parecia que os planos de Rodrigo tinham desandando. — É TUDO CULPA SUA! - ele levanta vindo pra cima de mim, os policiais atrás de nós o segura.— SE ALGUMA COISA ACONTECER COM ELA A CULPA É SUA...
— ESCUTA BEM SEU MOLEQUE, se alguma coisa acontecer com eles, eu juro pra você Rodrigo.....eu mato todo mundo e começo por você! - eu o agarro tirando ele do outro policial, pela primeira vez eu vejo medo no olhar de Rodrigo, eu só não sabia se era por mim ou por Cecília. O solto com brutalidade no chão. — Eu quero eles de volta.
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Por que não eu ? | CAPITÃO NASCIMENTO
RomanceCecília uma mulher jovem e focada acaba deixando uma situação familiar mudar seus planos futuros para ela. Agora Cecília se vê perdida em algo que não a completa; se questionando se o que fez por amor aos Pais foi justo com ela mesma. Roberto um ho...