• O Alvo •

Capítulo 1

- Fico feliz em saber que você teve um dia muito bom, Asher.

Tento equilibrar o meu celular em meu ombro enquanto ajeito as faixas na minha coxa.

(Roupas formais e Coldres não se misturam!) - Penso.

- Como está indo aquele dever de casa?

A hesitação do meu irmão me diz tudo o que eu gostaria de saber.

- NÃO ME DIGA QUE VOCÊ NÃO FEZ DE NOVO!

O meu celular cai no acento ao meu lado, me deixando atrapalhada para pegá-lo enquanto Asher pede desculpas como sempre.

Asher- Eu estava muito cansado...

- Você está se sentindo bem? Você parece ficar exausto com muita facilidade ultimamente. Talvez a gente pudesse marcar uma consulta com o Sr.Krause e... - Asher me interrompe.

Asher- Na-Não, tenho certeza que é coisa normal de adolescente... Dor do crescimento sabe? Não é grande coisa!

- Então tá, tenta comer a comida que eu deixei e dorme cedo, tá?

(Parte o meu coração, ouvi-lo tentar se fingir de forte na condição dele)

Asher- Sim, tá bom...

Eu fecho bem os meus lábios, conferindo se a minha arma está segura antes de baixar o vestido sobre o coldre mais uma vez.

Asher- Assim que eu estiver de barriga cheia vou tentar fazer o dever de casa.

- Olha, eu vou te ajudar com isso no final de semana, tá bom?

Asher- Tá... Mas eu não queria que você tivesse que trabalhar além da conta hoje a noite.

- Eu também, mas, depois disso, não vou precisar trabalhar tanto.

(Me sinto tão mal por mentir pra ele, mas como posso contar o que eu realmente faço da vida?)

Motorista- Estamos quase chegando senhorita.

- Olha, eu tenho que ir agora, mas te vejo quando voltar, tá?

Asher- Não trabalhe demais, mana.

- Boa noite Asher.

(Hora de ir direto ao assunto...)

Parada diante da mansão da família Konrad, não consigo evitar ficar admirada.

(Então é isso que ser herdeiro te proporciona? Deve ser bom...)

Meu coração está acelerado quando respiro fundo e rapidamente me recomponho. Com os ombros para trás e a cabeça erguida, eu projeto um ar de desinteresse arrogante pontuado por um leve sorriso.

(Primeira regra de infiltração - Aja como se fizesse parte e ninguém vai te questionar)

Banindo qualquer hesitação, eu cambaleio bem de leve no salto agulha enquanto cominho em direção á grande entrada.

(Você consegue S/n... É só pensar no Asher. Mais um trabalho e você consegue pagar aquela cirurgia e ele não vai mais ter que sofrer)

Conforme me aproximo do porteiro, ele dá uma olhada rápida, erguendo uma sobrancelha.

Porteiro- Você está na lista, Senhorita?

- Claro. Aqui está.

Eu entrego o convite em relevo, admirando-o uma última vez.

(Esse povo endinheirado gasta dinheiro com coisas tão atreviais. Enquanto isso, pessoas como nós ficam com as migalhas tentando fazer as contas baterem)

O porteiro finalmente acena com a cabeça, depois gesticula em direção ao baile.

Porteiro- Aproveite sua noite, Madame.

Sinto um certo alívio e depois abro um sorriso estonteante.

- Obrigada.

(Primeiro obstáculo superado...)

Conforme entro no local, fico atordoada com o quanto a mansão parece por dentro.

(Meu apartamento inteiro caberia nessa sala!)

Eu escaneio a área procurando o meu alvo, mas parece que ele ainda não chegou.

Vejo, contudo, uma mesa de taças de champanhe me chamando. Pegando uma, bebo um gole antes de continuar a escanear as dezenas de convidados ao redor.

De repente sinto alguém tocando de leve o meu ombro por trás...

Será que eu fui descoberta?