Capítulo Único - Eternas?!

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Finalmente é o dia do baile de Outono e todos no Instituto estão ansiosos não só pela promessa de um festão como também pela promessa que pairava no ar de um novo casal eterno.

— Você acha que teremos um hoje? — Ying pergunta pra Herda, ambas melhores amigas desde sempre.

— Achei que isso fosse lenda urbana — e com um pouco de veneno, acrescenta. — Como nós.

— Suas mães não são um casal eterno?!

— São.

Incrédula, Ying encara a garota de cabelos loiros.

— Isso é contra intuitivo, sabia?!

Herda ajeita suas mechas sem tirar os olhos das anotações de seu caderno.

— Isso faz milênios. Nem sei se isso ainda existe.

— Você sabe que filhos de um casal eterno tem mais chances de formar um casal eterno.

Herda fecha o caderno e abre seu espelho especial, conferindo a maquiagem.

— Alguém devia avisar todos os caquéticos que passaram por aqui e saíram de mãos abanando.

Ying não sabe o que dizer, então só observa a loira se levantar e olhar pra ela:

— Te vejo no teatro.

*-*

Viktoria não estava tendo um bom dia, mas isso não era novidade nos últimos dias. Ela entra em uma das salas vazias no Instituto e tira uma bolsa de sangue de sua mochila, sugando até aliviar a fome que ultimamente estava insaciável. Sua vida nos últimos dias se resumia aquilo: secar todo o estoque de emergência de seus pais.

Ela termina até a última gota e solta um suspiro aliviado. Naquela noite, Viktoria caçaria.

*-*

O Instituto está quase vazio naquela tarde. Todos os alunos que não estavam envolvidos com os preparativos da festa, se preparavam para a própria festa.

Viktoria afrouxa a gravata ao redor do pescoço, tentando focar nos tópicos de um debate dali a três dias. Uma gota de suor imaginário escorre por sua linha do maxilar e ela finge limpar com a ponta de sua camisa social.

— Imaginei que estaria aqui, Viktoria Kollar.

Mas é claro que entre as pouquíssimas pessoas por ali, Herda Flowers seria uma delas.

— Estou estudando, Herda.

— É tudo que você faz.

Viktoria levanta os olhos ao ouvir uma irritação na voz da loira. Os olhos dourados lhe encaram de volta e ela volta a olhar para baixo, não querendo que a outra veja seu desespero.

— Se você sabe, dê o fora.

— Não.

E senta na mesma que Viktoria usa.

— Herda!

Ela olha pra garota que segura seu queixo, olhando fundo em seus olhos escuros.

— Alguém está com fome.

Viktoria afasta o rosto da mão dela.

— Não toca em mim.

Herda levanta as duas mãos, mas o sorriso em seu rosto denuncia sua diversão.

— Calma aí, vampirinha. Eu não mordo, não se você não quiser.

Com os olhos flamejantes, Viktoria levanta da cadeira e fica cara a cara com Herda.

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