Acordei com uma fresta de luz incomodando meus olhos. Abri-os lentamente, tentando me situar, até que a lembrança de onde eu estava me atingiu: o galpão. Uma coberta grande e pesada tinha sido jogada sobre mim. Ainda meio desorientada, me dei conta de uma voz baixa do lado de fora — era Luka, falando com alguém.
— Ela não vai ser um problema... Sim, eu sei que esse não era o plano, mas eu a amo... Fica tranquila, vamos seguir com o plano. Eu consigo atrair ele para cá com ela, e você revira a casa à procura do dinheiro... Tá... Tchau.
Retirei a coberta sobre mim e tentei me levantar mas meus pés ainda estavam presos na cama.
Passos se aproximaram, e meu coração bateu ainda mais rápido. Então, o silêncio pesado foi quebrado quando Luka abriu a porta. Ele entrou, Eu fechei os olhos, mantendo a respiração controlada, esperando que ele acreditasse que eu ainda estava inconsciente.
— Eu sei que está acordada, Annia — a voz dele ressoou com um tom quase divertido. Eu podia sentir o sorriso atravessando o espaço entre nós. — Eu conheço você. Sei quando está fingindo. Na verdade, eu estudei sobre você desde que chegou aqui.
Engoli em seco e abri os olhos, virando-me devagar para encará-lo. Ele estava mais próximo do que eu imaginava, observando-me com uma intensidade que me fazia sentir exposta.
— Me deixe sair — murmurei, tentando manter a calma.
Luka deu de ombros, um brilho estranho em seus olhos.
— Você pode sair... se me der um beijo primeiro.
Eu senti o estômago revirar. Luka estava jogando comigo, e o pior era que ele sabia exatamente como me fazer hesitar.
— Qual é o problema, Annia? — Ele inclinou a cabeça, me observando com uma falsa gentileza. — É só um beijo. Depois, você é livre para ir embora.
Meus pensamentos estavam confusos. Eu não confiava nele, era obvio que ele não me soltaria. Mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim sabia que, se eu negasse, poderia provocar algo pior. Avaliei minhas opções, tentando manter a expressão neutra enquanto a adrenalina pulsava.
Respirei fundo, encarando-o com toda a firmeza que consegui reunir.
— E se eu recusar? — desafiei, minha voz mais firme do que me sentia.
Ele sorriu, um sorriso lento e calculado.
— Nesse caso, podemos ficar aqui o tempo que for necessário — respondeu, dando um passo para trás, como se estivesse disposto a esperar para sempre.
— E se jogarmos um jogo?— perguntei o desafiando
Luka arqueou uma sobrancelha, claramente intrigado. Ele cruzou os braços, inclinando a cabeça como se estivesse avaliando a proposta.
— Um jogo? — repetiu, o tom carregado de curiosidade. — E que tipo de jogo você tem em mente, Annia?
Eu engoli em seco, tentando controlar o tremor nas minhas mãos. Precisava pensar rápido, virar o jogo a meu favor de alguma forma, ganhar tempo para conseguir fugir.
— Pique-esconde — continuei, mantendo minha voz firme. —Me escondo no galpão e se você não me achar... perde.
Luka deu um sorriso lento, um brilho de aprovação em seus olhos.
— E o que o vencedor ganha? — ele perguntou, aproximando-se de novo, a voz baixa, como se cada palavra fosse uma provocação calculada.
Respirei fundo, sustentando o olhar dele.
— Liberdade. Se eu ganhar, você me deixa sair. Sem condições.
Ele riu baixinho, um som que fez um arrepio subir pela minha espinha.
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A verdadeira obsessão. 🥀
Misteri / ThrillerEle está mais perto do que você imagina. "Ali, na parede diante de mim, vi fragmentos da minha vida que nem eu mesma lembrava: momentos de distração, uma foto minha indo ao mercado, até uma foto minha dormindo no sofá de Amber. A proximidade com q...