Solitário

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Noruega

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Noruega

Bergen 

15 de fevereiro de 2005

— Aqui está o seu cappuccino, senhor. — A garçonete de cabelos loiros deixou sobre a mesa a xícara acompanhada com um pedaço de bolo. — Deseja algo mais?

— Não, obrigada.

Draco observou a jovem sorrir abertamente antes de se virar para atender outros clientes. Estava em sua cafeteria favorita no mundo trouxa da Noruega. Quando sua vida começou a desmoronar, ele buscou um lugar onde pudesse se refugiar e onde ninguém jamais o encontraria. Queria estar em um ambiente onde seu sobrenome fosse desconhecido. Ele sabia que poderia ter escolhido o mundo trouxa de Londres, mas as chances de algum dia encontrar alguém conhecido ali eram grandes demais.

Pensou também na França. Esse, na verdade, era o destino preferido de Astória, sua ex-namorada. No entanto, Draco sabia que havia feito a escolha certa ao abandonar essa ideia, especialmente depois de Astória o ter deixado sem pensar duas vezes, quando ele se tornou algo que ela não queria.

Contudo, não se arrependia da escolha.

Draco olhou através do vidro ao seu lado, observando a rua sem movimentação naquela manhã fria.

Bergen, localizada na costa sudoeste da Noruega, era cercada por montanhas e conhecida como a "Porta de Entrada para os Fiordes" — um lugar turístico que ele nunca visitou. 

Ele tinha se acostumado com as frequentes chuvas durante o ano, os verões são amenos enquanto os invernos são frios, com temperaturas que raramente caem abaixo de zero, e as montanhas ao redor acumulam neve durante o inverno.

Tudo bem, ele gostava da neve.

Desde que chegou ali, se empenhou em aprender o idioma. Não era fluente, mas dedicou-se para falar o mínimo necessário, ainda mais quando não tinha intenção de voltar para sua terra natal. 

Felizmente, muitos jovens locais falavam inglês, o que era um alívio.

Ele desviou a atenção para sua xícara e assim que ia pegá-la, olhou para suas mãos, pálidas e trêmulas, como se fossem de outra pessoa. 

A magia que antes pulsava tão naturalmente através de seus dedos parecia agora distante, uma lembrança de algo que ele já não tinha mais. Ele se sentia vulnerável, despido do que, para qualquer bruxo, era uma parte essencial de si mesmo. Conjurar um simples lumus se tornou uma tarefa impossível, e isso o deixava exausto e cada vez mais desesperado.

A imagem de sua tia, rindo após lançar a maldição, atravessou sua mente, e Draco fechou os olhos, como se pudesse afastar a lembrança. Bellatrix, em um ato de fúria e desprezo, havia lançado uma maldição tão profunda que parecia enraizada em sua própria essência. Ele se lembrava do instante em que, sem pensar, havia se colocado na frente de sua mãe, na tentativa desesperada de protegê-la, e de como Bellatrix simplesmente o deixou ali, jogado ao chão, rindo enquanto se afastava para nunca mais retornar.

Nem tudo são flores - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora