Capítulo XIV

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No dia seguinte, enquanto Charlotte estava trabalhando em seu escritório na sede de sua empresa, Heidi lhe entregou tudo o que conseguiu de Kaden, inclusive que agora ele estava na Irlanda com seu filho. Após Heidi confirmar o que Engfa havia dito para Charlotte, ela a aconselhou a pedir desculpas, mas como Chalotte sempre foi muito orgulhosa, ela resolveu deixar tudo como estava e não entrar em contato com Engfa que continuou atendendo ao pedido de Charlote e se mantendo afastada.

Passado uma semana, Charlotte recebeu a visita de uma moça chamada Chompu, Engfa havia a enviado para que ela ajudasse Charlotte a organizar e planejar as coisas sobre a cerimônia de casamento, que seria no templo tradicionalmente utilizado pela organização á décadas e estava previsto cerca de 350 convidados. Chompu ficou no pé dela durante quase um mês, enquanto Charlotte simplesmente fazia algumas escolhas aleatórias e sem verdadeiro interesse pela cerimônia.

Durante todos esses dias Engfa continuou assumindo novas responsabilidades dentro da organização e fortalecendo suas alianças, mas quem a conhecia bem, sabia que estava basicamente vivendo em modo automático, cumprindo com suas obrigações, quase não dormindo e escondendo de todos o quanto as últimas atitudes de Charlotte com ela a machucaram. Ela ficou sofrendo calada e descobriu através de Faye que Heidi havia investigado mais profundamente a vida de Kaden e até descobriu para onde Engfa o enviou, neste dia ela aguardou uma mensagem ou ligação de Charlotte, que nunca havia chegado.

Porém, estava chegando o tão esperado casamento e com isso mais algumas tradições da organização precisavam ser cumpridas e a principal delas era o jantar de "ensaio" do casamento que ocorreria uma semana antes da cerimônia oficial, onde todos os membros da organização estariam presentes e aliados importantes de outros países também.

Charlotte

- Você não acha que seria de bom tom que vocês se encontrassem antes desse jantar para alinhar alguns pontos? – Marima me questiona enquanto estamos almoçando dentro de meu escritório.

- E quais pontos nos teríamos que alinhar exatamente? – a questiono intrigada antes de colocar um sushi na boca.

- Char, sejamos sinceras, nosso plano para ela desistir do casamento mal começou e já não deu certo. Você a afastou por um bom tempo e o casamento é daqui duas semanas, como vão encarar todas aquelas pessoas, se não olham uma para cara da outra há quase um mês? E também acho que está na hora de você cumprir a sua parte da promessa, assim como eu cumpri a minha – minha melhor amiga joga as verdades na minha cara.

- Vamos com calma Ma, eu ainda não me casei para poder cumprir minha parte da promessa, depois que me casar posso pensar sobre isso, até porque nem excutamos nosso plano direito – digo tentando me esquivar.

- E será que não executamos nosso plano direito por que a senhorita a afastou todo esse tempo? A culpa é toda e exclusivamente sua, por nosso plano ter ido por água abaixo e vou aguardar ansiosamente o encerramento da cerimônia para que você comece a cumprir sua parte – ela diz me provocando e começando a degustar a comida em seguida.

- Ok, já entendi, errei, mas em minha defesa, depois do tapa que dei nela, pensei que ela desistiria do casamento em seguida, mas isso não aconteceu. Você acha mesmo que devemos nos falar antes do jantar de ensaio? – questiono desanimada para ter que fazer isso.

- Óbvio que sim Char, não precisa ligar, mande uma mensagem para ela e veremos o que pode acontecer – Marima diz como se fosse fácil eu ter que engolir todo meu orgulho, colocar o rabo entre as pernas e entrar em contato com ela depois de todo esse tempo e do que eu fiz na última vez que nós vimos.

- Talvez mais tarde eu faça isso – digo ainda tentado relutar dessa ideia- Agora preciso de sua opinião para a nova base que vamos lançar.

Passei o restante da tarde com Marima me ajudando com os últimos detalhes do novo lançamento de minha empresa. Ela claramente entendeu que eu não queria mais falar sobre o assunto Engfa e respeitou isso. As horas passaram rápido demais, Marima precisou ir embora por volta das seis da tarde, disse que precisava resolver alguns assuntos com seu pai. Eu me empolguei e quando olhei novamente para o relógio do meu computador já eram oito da noite, Yoko já havia ido embora junto com Marima, então no momento eu estava sozinha no andar. Decido que é hora de ir para casa, depois de um dia exaustivo mereço descansar.

A Herdeira da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora