Curativos - Capítulo Único
A cozinha do apartamento 214 foi tomada pelo cheiro de um gostoso katsudon - comida favorita dele, diga-se de passagem - e se espalhou o suficiente para alcançar o quarto em que estava.
Izuku Midoriya se espreguiçava em sua cama naquele dia de domingo. Hoje não teria trabalho e nem faculdade, então o descanso era certo.
Ele levantou-se, e após ir ao banheiro e realizar suas ações matinais, caminhou tranquilamente em direção à cozinha. Sua mãe estava em frente ao fogão, equilibrando uma tigela do alimento em suas mãos, que estavam protegidas por luvas térmicas. Ela virou-se para levar o recipiente de vidro até a mesa e se deparou com o rapaz.
- Bom dia, mãe!!
Inko, sua mãe, sorriu doce com a voz empolgada do filho.
- Bom dia, querido!! Eu fiz o seu prato preferido.
Izuku riu levemente, ansioso por provar da comida de sua mãe como se fosse a primeira vez que o fazia. Agradeceu antes de enfiar um garfo cheio do katsudon na boca e fechou os olhos para apreciar mais do sabor.
Inko separava um pedaço da receita em seu prato, quando começou: - Mitsuki viajou hoje de manhã para passar seu aniversário de casamento com Masaru.
Izuku ergueu uma sobrancelha ao ouvir ambos os nomes. Aqueles eram seus mais recém-chegados vizinhos. Na verdade, não tão recentes assim, eles haviam se mudado para o apartamento ao lado do seu há 8 meses atrás e desde então alimentavam uma amizade genuína com Inko.
Izuku os julgava como muito agradáveis, Masaru era um poço de gentileza e amorosidade enquanto Mitsuki era adorável com ele - ela sempre apertava suas bochechas quando encontrava-o pelos corredores. E bom, Mitsuki parecia ser adorável apenas com ele, afinal, os gritos que ela destinava ao próprio filho conseguiam atingir no mínimo 7 andares acima e abaixo.
Inclusive, o filho dela... Bom, ele representava um problema para Izuku.
Katsuki Bakugou. Um rapaz loiro, com a mesma faixa etária que ele, rebelde, falava muitos palavrões, não se importava em ser educado com vizinhos e era barulhento. E você pode estar imaginando que o problema de Izuku com relação a Katsuki se resumia a Izuku julgar ele como um chato e querer distância dele por isso. Mas não é exatamente isso o que acontece.
Há exatos 8 meses atrás, Izuku subia pelo elevador até o seu andar. Havia acabado de voltar da faculdade e, como estava de folga do trabalho, teria o restante da tarde e noite livres.
Chegou ao corredor do seu apartamento e se deparou com móveis sendo movidos por homens à casa ao lado da sua. Ele teria novos vizinhos? Como não soube disso antes?
Izuku passou pela porta do apartamento que abrigaria os novos vizinhos e tentou disfarçar sua olhadela para dentro do cômodo. Talvez fossem mais um casal de idosos que se mudava para o prédio. Será que eles tinham um cachorro idoso, da raça pinscher, com nome de Thor? Seria cômico.
Midoriya finalmente abriu a porta de sua casa e adentrou na residência, tirando os sapatos.
- Cheguei - anunciou. Era um costume para as famílias do Japão, anunciar sua chegada em casa e Izuku fazia-o mesmo quando Inko não estava em casa, afinal, ela saia sem avisá-lo muitas vezes. Talvez aquilo fosse um hábito de mães.
- Izuku!! Venha cá! - A voz de sua mãe ecoou pelo apartamento, parecia vir da sala.
Izuku andou com os pés descalços pela madeira do piso até chegar ao cômodo que Inko estava, e sua surpresa não foi maior quando se deparou com duas pessoas desconhecidas, sentadas junto a ela nos sofás da sala. Eram uma mulher loira e um homem de cabelos castanhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
429!
RomanceIzuku recebeu de sua mãe a tarefa de cuidar de Katsuki, seu vizinho, pois ele não estava em seus melhores dias. E o Midoriya teria de fazê-lo, afinal, 214 mais 215 é igual a 429!