capítulo: 1

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Beomgyu, 16 anos, era um enigma. Seus olhos, escuros e profundos, escondiam uma paixão complexa por dois mundos aparentemente opostos: a medicina e a arte bruta. Enquanto passava horas em livros sobre anatomia e procedimentos cirúrgicos, também se perdia em estudos sobre a arte rupestre e a taxidermia.
(técnica de preservar a aparência de um animal após a morte, mantendo-o o mais próximo possível de como era em vida.)

Seu comportamento nunca foi comum, ele era um menino reservado e que geralmente era muito querido por todos na vizinhança e com seus pais. Ele adorava pintar e seus pais o apoiavam nisso. As vezes ele era intimidado na escola más nunca passou dos limites, até certo dia.

A chuva castigava a cidade, era de noite numa noite de sábado. Dia 22 de outubro quando a cidade inteira teve um apagão.
Beomgyu estava em seu quarto despreocupado, seu celular estava descarregado agora, apenas a luz da lua iluminava seu quarto pela janela aberta.
Era preocupante quando noites dessas chegavam, as grandes chances de tempestades assustavam os moradores, os estragos sempre eram grandes o suficiente para deixar diversos desabrigados.
Por outro lado Beomgyu parecia indiferente, ele usava um moletom preto comprido e uma toca preta com amarelo. Ele parecia entendiado, agora sem luz e sem nada para fazer. Sua gata entrou pela porta, ronronando e se esfregando em suas pernas. Ele levantou da beirada da cama e pegou a gata no colo.

  _Você devia estar na sua caminha Mimi. _ ele diz enquanto acaricia seus pelos brancos, os belos olhos  azuis de Mimi o observavam fixamente. Ele sempre foi muito carinhoso com beomgyu, ela o escolheu como dono.







             CANADÁ: 25 DE OUTUBRO

Era cerca de onze horas da manhã quando os jornais anunciaram a morte de um homem que estava desaparecido desde o dia do apagão, no dia 22, sábado. O pai de beomgyu olhava para a televisão um tanto incrédulo, ele parecia indignado também. Ele murmura algumas coisas, o que obviamente beomgyu não está prestando atenção. A mãe de beomgyu está terminando de arrumar o almoço na mesa, ela tinha 45 anos porém parecia muito jovem agora.  Beomgyu parece distraído em seu jogo no celular, sua mãe o olha enquanto coloca a comida na frente dele. Beomgyu nem ao menos olhou para o prato.

  _Filho, o que eu disse sobre o celular na mesa?_ ela diz enquanto se senta.

_ Tanto faz _ beomgyu responde enquanto desliga o celular.

Ele começa a comer em silêncio enquanto seu pai se senta ao seu lado, começando a falar sobre a notícia que havia acabado de ver, o jornal ainda rodava na televisão. Beomgyu não pode deixar de revirar os olhos, eles falavam como se realmente se importassem ou conhecessem o homem que morreu, para beomgyu era um tanto faz.

  _ Filho, a partir de hoje quero que você fique mais em casa _ o pai diz preocupado, logo em seguida comendo um pedaço de frango.

  _ Você fala como se eu fosse pra outros lugares além da escola _ ele solta uma zombaria. A maioria do seu tempo ele ficava no andar de cima pintando seus quadros, seus pais haviam deixado aquele cômodo para ele. Fazia um bom tempo que desde que eles haviam liberado aquela sala, então beomgyu podia a usar.

   _ Você entendeu o que quis dizer beomgyu, eu estou falando sério com você, a coisa aqui tá séria.

Beomgyu não respondeu, ele apenas continuou comendo em silêncio.
A mãe logo se pronunciou

  _ não fique chateado, vamos esperar a poeira baixar, queremos sua segurança agora.

Mais uma vez o silêncio permaneceu, ele apenas olhava para o prato com tédio.

Após terminar o almoço Beomgyu foi para o banho, ele parecia tão entediado, ele tinha que fazer algo pois já se sentia estressado.
Ele tinha que ir ao curso de inglês às duas e meia. Ele havia faltado a escola pois seus pais acharam melhor assim, eles estavam preocupados.

Uma hora e alguns minutos depois o pai de beomgyu o levou para o curso. Ele voltou para casa e ficou algumas horas assistindo televisão quando sua esposa começou a gritar do andar de cima.
Ele correu até ela assustado, ele era gordo então aquilo foi a mesma coisa que correr por horas, era nojento.

  _ o que houve agora? _ ele pergunta para ela, ainda respirando rápido.

_ lembra que estávamos sentindo um cheiro de carniça? _ ela começa, seus olhos fixos no homem barrigudo a sua frente.

_ sim eu lembro, o que era?

_ eram animais mortos, Jin. Eu não sei o quê esse garoto está pensando, que droga! _ ela diz irritada, tampando o nariz por conta do cheiro forte.

Jin arregala os olhos, eles parece atordoado. Aquilo era estranho más podia se tratar apenas de alguma pegadinha de beomgyu.

_ Vamos conversar com ele mais tarde querida, talvez ele quisesse pregar uma peça, ele é jovem ainda. _ ele diz tentando acalmar a situação.
Ela revira os olhos e começa a colocar os animais no saco para jogar no lixo.

Após limpar a sujeita dos animais mortos ela andou até a porta, apagou a luz porém para sua surpresa, as pinturas revelaram algo. Quando a luz estava acesa, o desenho era inofensivo, más ao apagar, uma coisas assustadora. Ela ficou apavorada, aquilo era estranho demais para seu filho.

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⏰ Última atualização: Nov 04 ⏰

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