𝗥𝗜𝗩𝗔𝗟𝗜𝗗𝗔𝗗𝗘𝗦 , 𝘳𝘰𝘥𝘳𝘪𝘨𝘰 𝘮𝘰𝘳𝘢.

𝟯𝟯.

𝗿𝗼𝗱𝗿𝗶𝗴𝗼 𝗺𝗼𝗿𝗮 𝗽𝗼𝗶𝗻𝘁 𝗼𝗳 𝘃𝗶𝗲𝘄.

acordo com o barulho da água. a madalena provavelmente foi tomar um banho. também estou a precisar.
não sei como se conseguiu levantar.
tenho as pernas arrebentadas.
vejo-a já com o outfit vestido. pronta para ir trabalhar. acordamos tão tarde e provavelmente estava atrasada. antes de se ir embora. beija-me os lábios e segue caminho.

𝗺𝗮𝗱𝗮𝗹𝗲𝗻𝗮 𝗯𝗿𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗼𝗶𝗻𝘁 𝗼𝗳 𝘃𝗶𝗲𝘄.

fecho a porta de minha casa. com o rodrigo lá dentro. era como se estivesse casado comigo, confiava nele a cem por cento. estou a sair de casa porque recebi uma chamada da sabrina, a dizer que algo se passava.
e era com a daniela. bato á porta da
sabrina, ansiosa e nervosa para saber o que raios tinha acontecido.
ela abre-me rapidamente a porta.
o veloso está sentado no sofá. decente. o outro joão, está de pé com o melro, que o rodrigo adora de chamar de pássaro. eu arqueei as sobrancelhas. não disse ao rodrigo para vir comigo, porque pensava que era algo mais pessoal. mas é o que faço já a seguir, procuro o contacto dele e peço-lhe para que venha ter comigo á casa da sabrina.
ele chega em vinte minutos, de cabelo ligeiramente molhado, e com uma sweat branca a condizer com os calções. beija-me a cabeça e perguntou o que aconteceu. eu dou de ombros. porque estamos prestes a descobrir o que realmente aconteceu.

— a daniela, não me responde a mensagens, e o joão está aqui. ou seja, não está com ele. - a sabrina mostra o telemóvel a mim e ao rodrigo. não lhe responde deste ontem. provavelmente está a dormir. e estão a fazer um escândalo enorme. eu arqueei as sobrancelhas.

— pode estar a dormir. - digo. e a sabrina senta-se ao lado do veloso.
e olha para mim, eu sem perceber,
arqueei novamente as sobrancelhas.
— não está? - reforço.

— a daniela é a pessoa que acorda mais cedo, do que toda a gente. algo se passa. eu vou a casa dela, agora. - pausa. — e tu vens comigo. - diz ela.
eu aceno com a cabeça. e o rodrigo beija-me. e faz-me festas na cabeça.
e ficam todos á espera que voltemos.

chegamos á casa da daniela. e reparamos no facto de terem arrombado a porta. olho, com medo,
para a sabrina, que me transmite o mesmo olhar. deviamos ter trazido
um dos miúdos. abro ligeiramente a porta. e vejo a sala dela, completamente diferente, está tudo desarrumado, os quadros no chão, e vidros completamente partidos no chão. suspiro fundo e vejo a sabrina a aproximar-me de uma mesa de cabeceira.

— ajuda? - a sabrina leu o panfleto que estava exactamente na mesa de cabeceira.

eu olho para cima das escadas. e vejo algo que absolutamente não queria. suspiro fundo.

— oh meu deus. - digo eu preocupada, avisto-a deitada no chão e subo rapidamente as escadas.

— daniela! - grito eu. enquanto oiço uma porta a abrir-se. e vejo o rosto do rodrigo. — liguem para o 112. - digo. ela não respira. não está bem nem mal, não respira mesmo. então derramo uma lágrima. e começo a gritar. — não! - choro imenso. o rodrigo agarra-me por trás, e estou partida aos bocados. uma das minhas amiga de infância. está sem respirar á minha frente, e não sei o que mais fazer sem ser chorar. a sabrina sobe depois. e abre a boca.
e derrama uma lágrima também.

ouvimos uma ambulância, e eu fui acompanhar a daniela, juntamente com a sabrina. o rodrigo encontrava-nos no hospital, com o restante do pessoal. estão a tantar fazer com que a daniela volte a respirar. o que não estou a ver acontecer. não notei em quem fez isto, mas seja quem for, não se vai safar. suspiro fundo e a sabrina abraça-me. e eu começo a chorar mais.
finalmente chegamos ao hospital, vejo o rodrigo com o sousa no corredor. e os outros noutro grupo.
o rego é o mais preocupado, já com lágrimas aos olhos, com os olhos mais vermelhos de sempre. abraço o rodrigo. e ele envolve-me em todo o seu abraço. que nele choro, sem parar. não nos deixaram entrar na sala, o que aumentou os nervos.
e o facto de tarmos aqui á uma hora, piorou a situação. estou a morrer de fome, mas não posso deixar a daniela assim, era o pior que faria na minha vida. suspiro fundo. estou farta de andar e andar pelos corredores.