Capítulo 16

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Christopher Uckermann

Achei engraçado a forma que Dulce ficou vermelha, enquanto encarava a garçonete que não estava disfarçando nem um pouco seus olhares sobre mim. Eu notei, mas não me parecia certo dar algum tipo de confiança sendo que eu estava acompanhado.

Só que eu não imaginei que pudesse ser capaz de reconhecer o olhar de irritação de Dulce, ou o modo que ela se mexia desconfortável.

Aquilo me incomodava, a forma que ela pensava que os homens não eram confiáveis. Fingi não notar e tentei desviar sua atenção.

— Sabe de uma coisa... — Dulce me olhou e piscou por alguns instantes. Ela sempre fazia aquilo quando ficava nervosa. — Não sei muitas coisas sobre você.

— E nem eu de você! — rebateu seca e eu sorri, ela era uma pequena mulher irritada.

Estava sempre se esquivando de mim, eu não sabia explicar por que gostava daquilo, mas acho que era o fato dela ser a única mulher no mundo que não caia ao meus pés, estava descobrindo que gostava do desafio.

— Acho que deveríamos mudar isso! — Incentivei.

— Por quê? — A pergunta chegou em mim levemente divertida.

Notei que ela fazia um esforço para não sorrir.

— Precisa existir um por quê? — ela fez um muxoxo e depois soltou um risinho.

— Acho que não! — Dulce capturou os lábios com os dentes, parecendo um pouco nervosa.

— Certo, então eu começo perguntando. — me animei e ela levantou a sobrancelha.

— Por que você começa?

— Por que eu sei menos coisa do que o contrário...

— Está equivocado nesta informação, não sei nada sobre você! — levei a mão ao coração ofendido.

— Não pesquisou sobre mim? — ela levantou a sobrancelha.

— Por que eu faria isso? — a forma inocente com que ela disse aquilo me fez pensar como o mundo ainda não a tinha engolido.

— Porque seria muito fácil conseguir informações, talvez... Redes sociais, sites de fofocas... Nada? — Ela piscou e soltou um "Ah" mudo, como se nem tivesse pensado na possibilidade.

— É meio presunçoso da sua parte achar que eu perderia tempo pesquisando sobre você! — Soltou tão sincera que fiquei sem ação por alguns segundos.

— Uau! — minha gargalhada a fez dar um pulinho na cadeira, ela se assustava facilmente com sons. E eu fiquei lembrando sobre o que comentou com a doutora Virgínia sobre ter nascido cega. — Mas você sabe o mínimo, que estou em Malibu para abrir uma empresa após uma fusão? — Dulce concordou.

— Assim como sabe que estou grávida! — balancei a cabeça em sinal positivo.

— Você sabe que meu gosto para comidas depende do meu humor diário. — ela sorriu e concordou como se gostasse daquela parte.

— E você sabe que sou fã do Alejandro Sanz. — ri para aquela resposta, curtindo a forma que se esquivava. Era interessante ter alguém que sequer se interessava pelo quanto de dinheiro eu tinha.

— E você sabe que eu sou padrinho do Jaden. — Concordou bem-humorada. E não disse mais nada, como se não soubesse o que mais eu sabia dela. — Você vai ser mamãe de uma menina — Ela me encarou, seu semblante se tornando ainda mais sério. — E nasceu cega... Ela abaixou a cabeça e assentiu. — E isso parece te incomodar, tanto quanto não ter o apoio do pai do bebê. — Dulce engoliu em seco e entortou a boca. Ela não confirmou nenhum dos meus palpites.

A VERDADE OCULTA DO MILIONÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora