Obsessão Cruel

Capítulo 12

Leah saiu de sua casa naquela manhã para patrulhar, o céu cinzento começando a iluminar as árvores ao redor de La Push. O ar estava frio, e ela puxou seu casaco com mais força ao redor do corpo, tentando se concentrar na tranquilidade da floresta, mas algo no fundo de sua mente estava inquieto, uma sensação incômoda que ela não conseguia afastar.

Antes de começar a correr em direção às trilhas, um carro parou na frente de sua casa, e o carteiro saiu, carregando uma caixa grande e pesada. Leah parou, franzindo a testa enquanto ele se aproximava com um sorriso educado.

—Entrega para você -  disse o homem, estendendo a caixa com um olhar curioso.

Leah aceitou a encomenda, sentindo o peso dela em suas mãos. Havia algo estranho sobre o pacote, uma vibração desconfortável que parecia irradiar dele. O carteiro deu um breve aceno e se afastou, voltando para o carro enquanto Leah, ainda intrigada, levou a caixa até o jardim e a colocou no chão.

Seu coração começou a bater mais rápido enquanto ela abria a embalagem, suas mãos firmes, mas seu instinto já a alertava de que algo sinistro a aguardava. Quando a tampa da caixa se abriu, Leah deu um salto para trás, seus olhos se arregalando com horror.

Dentro da caixa estava uma mão humana ensanguentada, ainda fria, como se tivesse sido decepada recentemente. Os dedos estavam imóveis, mas o que chamou sua atenção imediatamente foi o anel de noivado que brilhava no dedo anular, o mesmo anel que Sam tinha dado para Emily. Leah levou a mão à boca, lutando para não vomitar, enquanto o horror e a repulsa a dominavam.

Seu olhar se fixou em um bilhete amassado preso à mão, escrito em uma caligrafia fina, mas manchada de vermelho. Com o estômago revirando, Leah pegou o papel e o leu:

“Essa mão nojenta estava com algo que era para ser seu por direito, mas está tudo bem. Eu comprei algo melhor, está na casa da sua priminha.”

—J.M.V

A mente de Leah girou, a compreensão se formando como um trovão devastador. Ela sabia exatamente quem tinha feito isso: o stalker, o mesmo que assombra sua vida, o que tentava evitar a todo custo, e o que tinha ódio mortal por Sam e Emily em um nível doentio. Seu corpo tremeu de raiva e pavor enquanto processava as palavras, o bilhete quase caindo de seus dedos.

Emily.

Sem perder mais um segundo, Leah jogou a caixa de lado e correu com toda a velocidade que tinha em direção à casa de Emily, seu coração explodindo de ansiedade. A adrenalina pulsava em suas veias, e tudo o que ela conseguia pensar era que precisava chegar lá a tempo, antes que fosse tarde demais.

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Leah continuava a correr como se cada fibra de seu corpo fosse impulsionado pelo pânico. O vento frio queimava sua pele, mas ela mal sentia, concentrada apenas no som de seus pés esmagando o solo úmido e na urgência em seu coração. A floresta ao redor dela se transformava em borrões de verde e marrom, mas a casa de Emily era um destino claro na mente da Clearwater, a imagem fixada como um farol de desespero.

Quando finalmente emergiu da trilha na clareira onde a casa de Emily se erguia, Leah viu uma cena que a faria lembrar daquele momento para sempre. A porta da frente estava escancarada, e a matilha estava reunida ao redor, a tensão visível nos rostos de cada um. A mãe de Leah estava lá, ao lado dos líderes quileutes, todos com expressões de choque e horror. Mas o que fez o coração dela parar foi ver a prima deitada no chão da cozinha, o rosto contorcido de dor e agonia. Seu braço estava mutilado, uma mancha grotesca onde sua mão costumava estar. O sangue se espalhava em uma poça ao redor dela, escorrendo pelo chão e tingindo o ar com um cheiro metálico, quase nauseante.