Uma garota sem saber como era o mundo lá fora, sem amigos e sem boas memórias. Ayanna Hikari cresceu em um laboratório sendo testada e acabou criando quatro individualidades em seu corpo. Depois de anos, Ayanna foi salva por Mirko, que era como uma...
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Minha cozinha estava uma zona, e tinha no máximo seis pessoas pelo chão da minha casa, e Yamato era um deles, mas diferente de todos, ele estava acordado.
— Quem deu a ideia de fazer uma festa de aniversário pra Milly? — ele passou a mão na testa, provavelmente tentando amenizar a dor de cabeça.
— Foi ideia sua e da Himiko de trazer bebidas.
A urgência da noite passada era a festa de Milly, a cachorrinha do Kakeru, que completava 4 aninhos. A cachorra agora dormia nos braços do namorado de Yamato igual um bebezinho enquanto seu dono tem o rosto desenhado. Soltei um risinho ao lembrar dos acontecimentos da noite passada, logo indo até Yamato com um remédio pra dor e um copo d'água.
— Bebe isso e acorda esse povo, eu vou dar uma saidinha.
Peguei minha bolsa e sai, sem esperar uma resposta do meu melhor amigo.
Ainda estava bem de manhã, o frio intenso e as flores caindo devagar, dando a sensação de melancolia e pesar que eu estava sentindo a muito tempo. Eu sempre fui forte, nunca precisei que ninguém me protegesse, mas porque eu sempre me sentia tão fraca? O sol estava começando a se mostrar, enquanto eu caminhava lentamente, passando por pessoas que provavelmente tinham uma vida normal. A vida que eu sempre quis.
Entrei na cafeteria que eu sempre ia quase todas as manhãs, pedi um café amargo e me sentei em frente ao nascer do sol, quando o café chegou, eu o bebi, mesmo quente e queimando minha língua, porque de alguma forma, aquilo era tudo que eu sentia no momento. Dor.
Minhas lágrimas se secaram a muito tempo, e eu agradeci por isso, porque senão eu iria chorar naquela cafeteria.
Mas eu fui surpreendida quando vi quem se sentou na minha frente. Com um olhar sério, tentando gravar qualquer expressão que eu faria, mas ela não precisava se esforçar tanto pra isso.
— O que você quer? — perguntei, colocando minha xícara de volta na mesa.
— Quero ter uma última conversa com você — ela disse, logo suspirando antes de terminar. — Eu vou embora. Eu vou ser transferida para Los Angeles hoje a noite.
Eu acenei, tentando pensar no que eu poderia falar.
— E o que você quer falar, Hanny?
— Quero dizer que te odeio, que te odiei por muito tempo, que eu sempre te culpei — ela disse, aquilo doeu, mas eu não disse nada. — Que eu acreditei em você, mas você me mostrou que eu estava errada. Por muito tempo, eu acreditei que você iria voltar e dizer que era só um plano pra ajudar as autoridades, mas porra nenhuma aconteceu. Você sumiu, nem teve a coragem de aparecer enquanto seus amiguinhos tentavam destruiam o mundo.
— Naquela época, eu não podia fazer nada — eu respondi. — eu confiei em você mesmo sabendo que você tinha que registrar todas as minhas ações pro Aizawa. E eu fui embora, porque eu precisava ir.