ㅡ Você não percebe? Tudo que fiz até hoje foi por você!
ㅡ Nunca pedi que fizesse nada por mim, Clarissa! Nunca! - a olhei incrédula com o que havia acabado de escutar.
ㅡ Você é mesmo uma ingrata! Eu faço de tudo pra você pagar a porra das pessoas que fornecem essas merdas pra você desde os meus quatorze anos, mãe, não consegue reconhecer mesmo nada do que fiz?
ㅡ Não vou repetir. Nunca pedi que fizesse nada por mim. Não preciso de babá e você sabe muito bem disso.
ㅡ Você tem certeza? Porquê eu me lembro bem do dia que cheguei na madrugada após ter que me vender só pra você quitar a porra das suas dívidas e te encontrar jogada no chão com a boca espumando!
ㅡ Não pedi que vendesse seu corpo. Não pedi que se tornasse uma puta sem vergonha!
ㅡ Inacreditável. - passei as mãos no rosto na tentativa de me acalmar. não conseguia acreditar no que estava ouvindo. - Tudo que fiz e faço até hoje foi e é a única coisa que te mantém viva, porquê se não fosse por mim, já tinham te matado de tanto dinheiro que deve. Eu pus a minha mão no fogo por você. Eu passei noites com pessoas tocando a porra do meu corpo por você. Sabe por quê? Porquê ninguém daria emprego para uma garotinha de quatorze anos.
ㅡ Agora vai jogar na minha cara o que você fez por escolha própria? Eu sei me virar, Clarissa, não preciso de ninguém para nada, não precisava do seu pai, não precisava da minha mãe e muito menos vou precisar de você agora.
ㅡ Você tem noção de como é deitar a cabeça no travesseiro e pensar "será que minha mãe tá dormindo ou em algum beco comprando mais droga? será que a minha mãe está bem ou está largada no sofá com a porra de uma seringa na veia e o nariz branco?" ? É claro que não, né?! Você não sabe o que amar, porquê você nunca nem se amou! - senti meu rosto virar assim que sua mão bateu contra ele.
ㅡ Eu sei o que é o amor. Eu amo. Eu amo você, mas eu nunca pedi que fizesse nada por mim, sempre fez por vontade própria.
ㅡ Você pode me amar, mãe, mas você não gosta de mim. Desde quando pessoas me encostando, transando comigo a força é por vontade própria? Foi a única opção que me restou! Foi a única opcão que me pagaria tido que precisava. Eu precisava te ajudar, eu precisava de você. Você precisava de ajuda e é inacreditável como você não consegue reconhecer isso.
ㅡ Vai embora, Clarissa, não quero mais ouvir sermão! - disse começando a coçar seu nariz e seus braços freneticamente.
ㅡ Quer que eu vá embora por quê? Está doida para injetar qualquer merda no seu braço? Está doida para cheirar uma, duas, três carreiras de pó? Eu me esforço para você sair dessa, mãe, eu estou tentando te ajudar, mas você precisa colaborar comigo. Eu não aguento mais fazer isso com ela. Todos os dias eu saio só para enquanto ela dorme só para te ajudar.
ㅡ Ela? Quem é ela? - respirei fundo ao perceber que havia falado demais.
ㅡ Minha namorada, mãe. - seus olhos quase pularam para fora.
ㅡ Namorada? Mulher? Você namora uma mulher? - perguntou dando ênfase no final de cada palavra dita enquanto começava a vasculhar as gavetas das cômodas da sala.
ㅡ Namoro há um ano e alguns meses, não que isso seja da sua conta já que está preocupada demais em achar sua droga. Eu quero sair disso, mãe, eu tenho o meu emprego mas eu não posso sair dessa vida dupla se você não me prometer que vai tentar se ajudar. Eu não quero continuar fazendo isso com ela, mãe, eu não quero.
ㅡ Sai dessa merda dessa vida, Clarissa! Foda-se! Eu sei me virar. Agora vai embora e me deixa em paz, está tarde. - caminhei até a porta e antes de sair a olhei novamente.
ㅡ Eu vou porque eu tenho que conseguir um dinheiro para mais uma dívida que você arranjou, depois eu vou voltar para a minha casa, dormir com a minha namorada e amanhã, depois do trabalho, eu venho aqui de novo e espero encontrar você bem, de banho tomado e espero que já tenha almoçado. Senão você já sabe, eu não vou hesitar em te mandar novamente para a reabilitação. Não importa quantas vezes você fuja de lá, se você não melhorar, você vai voltar sempre. - me encarou estática, sem reação alguma e seus olhos fundos levemente arregalados.
Entrei em meu carro, passei as mãos pelos meus cabelos e deitei a cabeça no volante.
Eu estava exausta, mas mais uma vez, eu iria até o clube e receberia a porra do dinheiro sujo daqueles homens nojentos.Billie me enche de perguntas todas as manhãs e eu não sei responder porque nunca pensei que namoraria ela. Quando nos conhecemos, era só sexo, só curtição e ela sempre soube do que fazia.
Nunca pensei que fosse entrar em algum relacionamento justamente por não poder parar de trabalhar pela minha mãe. Eu disse a Billie que sairia disso, mas... mas agora eu me sinto mal por fazer sem que Eilish saiba.Se eu contar, talvez não tenha mais ela em minha vida e esse é meu maior medo.
Girei a chave na ignição e arranquei dali cantando pneu em direção ao clube. Meu cliente já deveria estar lá, eu estava um pouco atrasada, mas creio que Luísa vá me perdoar.
Preciso me apresentar e depois ir transar com ele e com mais quantos aparecerem atrás de mim para poder aumentar o meu cachê. Me sentia culpada por viver isso, por ter me submetido a isso e outras mil coisas pela minha mãe, mas eu espero que um dia ela reconheça o meu esforço em querer tirar ela dessa vida de merda.
Já a levei para minha casa e ela fugiu. Já a mandei para a reabilitação mais de vinte vezes e ela fugiu nas vinte. Não sei mais o que fazer.
Só me resta continuar trabalhando e trabalhando para pagar a dívida que só aumenta a cada dia e mesmo assim, todos os dias eu volto à casa dela e dou mais dinheiro do que é necessário, mas não é como se ela usasse para pagar as dívidas.
Ela paga metade e a outra metade do dinheiro, ela vai ao mercado e compra oitocentas bebidas alcoólicas.Mas me acostumei. Mesmo que não devesse.
🎀
oii gente, trazendo para vocês mais uma história!
sou suspeita a falar, mas essa tá sensacional!!!!!!!!espero muito que vocês gostem!
como está na sinopse, essa estória é em colab com o meu melhooooor amigo billieshusband2
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Drug Of Love
FanfictionAté onde você iria pela vida de sua mãe? Clarissa, aos quatorze anos, foi em busca de emprego para quitar a dívida de sua mãe, uma viciada. Acham que dariam emprego a alguma garotinha de quatorze anos? Sem que ela seja acompanhante de luxo? Aos vin...