A Nova Rosa

A missão na Ilha dos Curandeiros

A hora chegará e você terá que ascender

Acima dos melhores e provar a si mesmo, que seu espírito nunca morre

Adeus, fui tomar o meu trono, não chore por mim

Pois este será o fruto do meu amor

(Warriors - Imagine Dragons)

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A guerra estava cada vez mais próxima. Agora, os espectros mais fracos de Hades, conhecidos como "esqueletos", vagavam pela terra causando arruaça, fosse dia ou fosse noite. Eram violentos por onde passavam, roubando, agredindo e perturbando pessoas. Por esse motivo, Albafica fora enviado ao norte das terras do Santuário, para eliminar alguns deles.

Enquanto ele estava fora, Alexia ia até a casa de Áries, onde estava aprendendo um pouco sobre técnicas de cura com o cosmo, que poderiam ser muito úteis dali em diante. Estava de pé diante de um balcão onde havia um pequeno canário com uma asa quebrada.

— Concentre-se e pense na restauração. Como se fosse...

— Como costurar uma roupa rasgada. — completa ela, concentrada.

Ela olhava o passarinho, assustado entre seus dedos posicionados em forma de concha. Tentava imaginar seu cosmo passando pela asa quebrada como uma linha que colocava tudo de volta no lugar. Sentiu um movimento sutil, como se algo tivesse voltado ao lugar. Experimentou soltá-lo, pois se estivesse curado ele voaria rápido para longe, mas se não, continuaria apenas se arrastando. Sentiu-se bem quando o viu dar dois pulinhos, esticar a asa e voar.

— Parabéns! — exclama Shion — o próximo passo é tentar curar o osso de alguma criatura maior. Tenho que pensar onde posso encontrar isso. Talvez mais tarde, na arena, algum aprendiz tenha se ferido e precise de ajuda.

Ela se senta num banco que estava por ali. Era a sala onde Shion consertava armaduras, e que, àquela hora específica, ficava quase toda tingida pelo tom alaranjado do entardecer.

— Com certeza irei até lá. — murmura, olhando para as armaduras empoleiradas pelo pequeno cômodo, à espera das mãos de Shion.

— O que foi, Alexia?

O cavaleiro se senta perto dela.

— Estou preocupada com Albafica, só isso.

— Ele já deve estar voltando, fique tranquila. Esses esqueletos não são nenhuma ameaça para ele. — afirma o lemuriano, e então solta um longo suspiro — Mas eu entendo você. Também fico o tempo todo pensando se Yuzuriha está bem.

— É cansativo, não é? Daqui para frente, será um sentimento constante. — ela aperta o rosto entre as mãos — Como vocês estão lidando com... Digo, vocês não estão fazendo questão de esconder que estão juntos.

— Não, e com certeza o mestre Hakurei já percebeu, e deve ter dito ao mestre Sage, mas até agora, ninguém nos falou nada. — Shion dá de ombros — Honestamente esse é o menor dos problemas, para todos nós. A Guerra consome todos os pensamentos.

Ela concorda com um movimento de cabeça, mas continua de boca fechada. Shion e Yuzuriha poderiam ser mais protegidos, já que eram discípulos de Hakurei, e porque não viviam o tempo todo juntos. Agora, quem garantia que ela teria a mesma regalia se resolvesse revelar que tinha um relacionamento com Albafica? Era melhor continuar mantendo seu segredo.

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A sala grande fazia com que qualquer um se sentisse muito pequeno ali dentro. Alexia e Albafica andaram pelo tapete vermelho em um silêncio solene, até chegarem próximos à cadeira onde estava o Grande Mestre. O cavaleiro se ajoelhou, e a aprendiz fez o mesmo. Sentia a barriga formigar, nunca havia estado diante do conselheiro de Atena. Era tão nítido o tamanho de seu poder, que se perguntava como Manigold tinha coragem de chamá-lo de velhote.