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Parte 8: Um Amor Libertado

Meses Depois...

Harry nunca imaginou que, anos após a guerra, encontraria consolo ao lado de Draco. O convívio cotidiano e os longos diálogos transformaram aquele relacionamento tenso e competitivo em algo que ambos se permitiam entender como mais profundo. No começo, essa atração entre os dois era algo que Harry lutava para ignorar, mas a intensidade que ele sentia por Draco não desaparecia – na verdade, apenas crescia. E, com o tempo, Draco se tornou a primeira pessoa a quem Harry sentiu que poderia mostrar todas as suas fragilidades, sem receio de ser julgado.

Draco, por outro lado, sempre soube que havia algo em Harry que o intrigava. Durante a guerra, era um misto de inveja e admiração que ele mantinha escondido atrás de uma máscara de arrogância e frieza. Mas agora, sem a pressão das expectativas familiares ou o peso do sobrenome Malfoy, Draco se permitia enxergar Harry com uma clareza que antes lhe parecia impossível. Ele percebia a intensidade de Harry, sua dedicação, sua dor. E, inesperadamente, isso despertava algo nele – algo que ele sempre lutou para manter reprimido.

      Uma Noite Silenciosa no Largo Grimmauld...

Uma noite, enquanto a casa estava silenciosa, Draco e Harry se encontram na biblioteca. Eles já haviam compartilhado vários momentos juntos, mas algo naquela noite parecia diferente. Havia um clima de expectativa, como se ambos estivessem esperando o momento certo para quebrar as últimas barreiras.

“Você não sente como se o passado nunca realmente nos deixasse em paz?” Draco pergunta, sua voz saindo quase como um sussurro, enquanto ele encara uma estante de livros antigos.

Harry o observa em silêncio, sentindo o peso do que ele estava tentando dizer. “Eu sinto... mas também acho que parte disso é porque nunca fomos realmente honestos sobre o que sentimos.”

Draco desvia o olhar, mas Harry se aproxima, determinado. “Durante todos esses anos, mesmo antes da guerra, acho que sempre houve algo entre nós. Algo que ambos tentamos enterrar, por medo ou vergonha. Mas não quero continuar escondendo isso, Draco.”

A confissão de Harry parece derrubar a última defesa de Draco. Ele sente seu coração disparar, e, sem dizer uma palavra, aproxima-se de Harry, permitindo-se finalmente expor o que sempre sentiu. Eles trocam um olhar profundo e, em seguida, um beijo – um gesto que há muito tempo estava preso, sufocado, mas agora se revelava livre.

       O Processo de Liberdade e Entendimento

Com o passar dos dias, Harry e Draco começam a explorar essa nova fase, mas não é um processo fácil. Há momentos em que Draco se sente exposto, como se toda a sua vida estivesse sendo revisitada, e o receio de perder Harry o deixa paralisado. Ele teme que, ao mostrar suas vulnerabilidades, acabará afastando aquele que agora se tornou seu refúgio. Mas Harry se mantém firme, lembrando-o de que não importa o quão difíceis sejam suas sombras, ele não o deixará.

Para Harry, o relacionamento com Draco é uma liberação emocional que ele nunca imaginou. Ele sente como se, finalmente, estivesse se permitindo ser verdadeiro consigo mesmo. Em Draco, ele encontra alguém que não apenas entende sua dor, mas que também compartilha dela. E é essa compreensão mútua que os torna inseparáveis.

Compreendendo o Amor após Anos de Repressão

Ao se libertarem, tanto Draco quanto Harry percebem como o peso da guerra e das expectativas os manteve presos durante tantos anos. Em vários momentos, a aceitação do próprio amor parece avassaladora para ambos. Harry percebe que sempre se sentiu forçado a seguir os padrões de herói, de salvar todos, sem espaço para compreender seu próprio coração. Draco, por outro lado, lida com a vergonha que sempre foi imposta a ele – o medo de que seus sentimentos fossem uma fraqueza.

Mas, juntos, eles entendem que são sobreviventes de uma guerra que os moldou, mas que não os define. Eles compartilham os receios que os acompanharam durante tanto tempo e, ao mesmo tempo, se libertam das limitações que a sociedade lhes impôs.

Primavera...

Com o tempo, o relacionamento entre eles se torna algo natural, algo que os amigos próximos começam a perceber e aceitar. Hermione, Ron e até Blaise, aos poucos, veem a conexão entre Harry e Draco como algo que transcende os antigos conflitos e traumas. Eles enxergam em ambos uma força e uma aceitação que os torna ainda mais próximos.

Para Harry e Draco, o amor que antes era sufocado agora se revela livre, como uma fonte de cura e liberdade. Cada toque, cada palavra, é uma reafirmação de que ambos são dignos de amar e serem amados, mesmo após tudo o que enfrentaram. Eles finalmente compreendem que, apesar das cicatrizes, ainda são capazes de encontrar felicidade e paz – juntos.

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