Mas você exerga o que mais ninguém vê

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"Você está em um carro com um garoto lindo, e ele não vai dizer que te ama, mas ele te ama. E você sente como se tivesse feito algo terrível, como roubar uma loja de bebidas, ou engolir pílulas, ou cavar uma cova na terra, e você está cansado. Você está em um carro com um garoto lindo, e você está tentando não dizer a ele que o ama, e você está tentando sufocar o sentimento, e você está tremendo, mas ele se aproxima e te toca, como uma prece para a qual não existem palavras, e você sente seu coração criando raízes em seu corpo, como se você tivesse descoberto algo para o qual você nem tinha um nome."

You Are Jeff, de Richard Siken.

Lawrence não era uma cidade popular pela taxa de criminalidade, a vizinhança era unida e as noites estreladas traziam membros mais jovens da comunidade para os telhados e quintais, com direito a travesseiros e cobertores

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Lawrence não era uma cidade popular pela taxa de criminalidade, a vizinhança era unida e as noites estreladas traziam membros mais jovens da comunidade para os telhados e quintais, com direito a travesseiros e cobertores.

Você ia para o ensino médio com as mesmas crianças que brincava durante a infância, cumprimentava o mesmo carteiro de idade avançada que reclamava sobre o trabalho desde que o mundo era mundo, falava com a dona da lojinha de doces no final da rua sobre a vida e explorava uma casa abandonada com os amigos em cada Halloween.

O ponto era que, a vida era boa. Não um conto de fadas ou o enredo de um filme de terror, mas sumariamente feliz.

Em uma casa onde as paredes de fora eram de um verde oliva, a grama bem aparada, uma cerca branca com árvores ao redor e uma piscina na parte traseira perto do canteiro de flores e dos dois balanços que o morador mais velho fez questão de montar ele mesmo, o mais novo entre eles observando de longe o marido teimoso que insistia que sabia o que estava fazendo, residiam os Winchester's.

Ou seis deles, Sam estava em Stanford com a esposa, Jesse, fazendo o que quer que bons advogados faziam. Eles apareciam de vez em quando.

Dean não era uma pessoa matinal, de jeito nenhum, pelo contrário, ele já quebrou muitos despertadores para provar isso.

No entanto, porque o universo achava hilário juntar pessoas opostas, Dean havia se casado com uma.

Ele sentiu Castiel ir antes mesmo de acordar totalmente, ainda com o cérebro sonolento. O protesto que saiu de sua boca através de um ruído foi recebido com um beijo na testa em formato de sorriso.

Exceto que não era mais perfeito ficar na cama. Tudo parecia errado. Onde estava a fonte de calor? O que Cas tinha para fazer em plena manhã de final de semana que era mais importante do que abraçá-lo? Dean meio que queria puxar seus cabelos ─ perfeitos e com cheiro de cacau ─ por atenção.

Ele desistiu de dormir depois de vinte minutos rolando no colchão e dez piscando para o teto, atirando o cobertor para o lado enquanto seus pés descalços entravam em contato com o piso gélido de madeira.

Dean usou o banheiro antes de ir para os dois quartos no final do corredor. O primeiro, aquele com papel de parede do Rei Leão ─ Jack insistiu e foi o único que Ben aceitou ─ e duas camas, estava vazio, já o segundo, aquele que a parede principal tinha como tema o Batman, ─ Dean quase quis colocar no próprio quarto ─ continha uma única cama, além de um berço.

Nunca pensei que eu era bom o suficienteOnde histórias criam vida. Descubra agora