Prólogo

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México, 23 de Outubro de 2003.

-Isso não é justo. Não mesmo...- ela falava aquelas palavras com pesar. 

É claro que com pesar, seu coração parecia estar se quebrando. Parecia estar se jogando de um alto penhasco, em uma queda livre. Seus olhos estavam tomados por lágrimas. Lágrimas salgadas e frias.

- Eu sei, anjo. Em nenhum momento eu disse que era justo. A justiça nunca fora parte de nada disso. - ele sentia a dor dela. Sentia uma dor talvez pior. Estava abandonado tudo. Estava abandonando ela.

- Eu não sei se vou conseguir sem você. Na verdade , eu tenho certeza que não. - ela se virou e encarou os olhos dele. Os seus já estavam tomados de água. Ele sorriu levemente. Seus lábios formaram uma linha curvilínea. Não era um sorriso de felicidade. Longe disso. Ele ajeitou uma mecha do cabelo dela que caia sobre seus grandes olhos azuis.

- Você vai. Eu confio em você. Eu vou estar contigo. Independente da distancia. Independente do mundo. Nada pode nos separar. Nunca poderá. Nossa amizade vence barreiras e isso, é só mais uma delas. Eu te prometo anjo. Te dou a minha palavra. - ele limpou uma lagrima que caia dos olhos dela e ela segurou a mão dele. Segurou com força.

- Me prometa. Não ! Me jure! Você vai estar sempre comigo, sempre...

- Eu te juro. Para sempre contigo. 

Foi então que ela agarrou o pescoço dele. Como se fosse seu ultimo gesto. Ele abraçou sua cintura e enterrou seu rosto naquele pescoço macio que ela tinha. Queria sentir o cheiro dela. Nem que fosse a ultima vez. Não, ele prometera. Não seria a ultima vez. Não poderia ser.   

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