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Observo as cartas em minhas mãos, as juras de amor trocadas entre os dois amantes. Me deixa enojada.
- Tem algo mais, senhor Haroldo? - perguntei ao investigador, que ajeitou os óculos.
- Ela está grávida senhora Joana - fechei os olhos com força.
Abri minha bolsa e tirei quatro moedas de ouro.
- Obrigada pelos seus serviços. Pode ir embora - disse e ele receoso, pegou as moedas e colocou mais um papel na mesa.
- Essa é uma carta do marido dela, ele chega a cidade amanhã pela tarde.
Levantei a sobrancelha.
- Ela sabe?
- Não, peguei antes de chegar até ela.
- Entendo.
Respirei profundamente e observei ele sair pela lateral da casa, fui até a cozinha e joguei as cartas dentro do fogão a lenha. E as vi queimar, assim como o amor que sinto pelo meu marido.
- Mãe? - me virei e meu filho estava ali - A senhora está bem?
- Sim, onde estava até essa hora?
- Já sou homem, mãe. Tenho que me divertir - revirei os olhos.
- Já tem vinte quatro anos, Joaquim. Deve se casar - caminhei até ele - E já tenho a moça perfeita.
- Mãe..
- As próximas semanas serão relevantes, e precisa de uma esposa.
Ele me observou por um tempo.
- É o que eu estou imaginando? - seus olhos brilhando.
- Apenas faça o que eu lhe digo. Irei me recolher, deve fazer o mesmo.
💔
💔SEMANAS DEPOIS..
Observo meu filho e nora dançando a valsa dos noivos, do outro lado do salão a traidora e seu marido. Ela é jovem, e acaricia seu ventre.
- Joana, estou tão feliz com a união de nossos filhos.
- Eu também, casei meu primogênito. Agora eu e meu marido podemos apenas aproveitar - olhei para meu marido rindo com outros lojistas.
- Nós arranjamos um ótimo casamento para nossos filhos - disse enquanto tirava as botas.
- Eu casei bem meus filhos, quanto ao senhor meu marido, não sei.
- O que quer dizer com isso?
- Antônia, ou melhor, seu grande amor. Espera um filho de vocês afinal - seu rosto ficou pálido.
- Joana..
- Como você pôde fazer isso? Eu confiava em você!
- Eu... eu não queria magoar você. Foi um erro, um momento de fraqueza.
