Quinze anos atrás, ajudei a colocar meu sequestrador atrás das grades.
E evitei os eventos do meu passado traumático. Eu vivi uma vida feliz com minha esposa.
Até o temido telefonema.
Jeon Jungkook está em liberdade condicional.
Jeon Jungkook...
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Jungkook
DEZ MESES DEPOIS
Os sons dos dois detentos grunhindo no canto do banheiro enquanto fodiam e a descarga de cortesia do banheiro de outro não foram suficientes para estragar o meu dia. Hoje eu iria ver Jimin e, embora fosse apenas uma hora, as visitas tornaram suportável minha permanência na prisão. Isso estava se tornando a pior parte da minha sentença de prisão. Longos períodos de solidão geralmente se seguiam aos breves momentos de felicidade com Jimin , nos quais tentávamos aproveitar ao máximo o tempo.
Por sorte, comprei um celular de um preso.
Mandamos mensagens de texto sempre que podíamos e isso me ajudou um pouco a aguentar firme até a próxima vez que o visse. Não pude deixar de me preocupar, porém, que alguém iria convencê-lo de que ele estava perdendo seu tempo comigo. Que ele poderia ter uma vida mais bem-sucedida sem mim.
Já se passaram meses e ele ainda vem.
Espiei meu reflexo no espelho de metal inútil e me marquei como passável. Havia tanto que eu poderia fazer. Pelo menos meu cabelo estava bem arrumado. Nada que eu pudesse fazer sobre o macacão da prisão, mas estavam limpos. Guardei este novo especialmente para hoje.
Dia dos Namorados.
— Jungkook .
Abafei meu gemido e inclinei minha cabeça quando Cam entrou no banheiro. No último mês, ele tinha sido meu novo companheiro de cela – um cara chato de apenas vinte anos de idade que estava cumprindo pena por matar seu padrasto.
Ele parecia todo inocente com seus cachos ruivos brilhantes e impressionantes olhos verdes, mas ele era um merda sorrateiro que sabia como manipular os presos e guardas ao seu redor para conseguir escapar dos problemas que geralmente causava.
E ele estava me oferecendo sua bunda desde o primeiro dia.
Se ele continuasse com essa merda, eu teria que subornar mais alto na cadeia para conseguir um novo companheiro de cela.
— O que quer Cam? — Perguntei.
— Vai cuidar de mim enquanto tomo banho?
— Não precisa de mim para cuidar de você.
Ele pode parecer esguio, mal chegando ao meu peito, com braços e pernas magros, mas aquelas mãos infantis enfiaram uma faca em seu padrasto, matando o homem. Seu advogado estava apelando do caso, mas pelo que eu tinha visto e ouvido sobre o menino, como ele falava tanto, ele havia feito a ação e não se arrependia. Ele olhou para os dois homens no canto, ainda fodendo como animais raivosos, e voltou seu olhar para mim.
— Isso parece divertido. Você quer tentar? Sei o que tem e quero.
— Não interessado. — Enfiei os itens que trouxe para o chuveiro de volta na bolsa. — Está perdendo seu tempo.
