Após duas semanas naquela escola, eu já havia se acostumado com a rotina e conquistado certo reconhecimento nas aulas, especialmente pelo meu esforço e desempenho. Professores começaram a notar o quanto eu era dedicada, e isso, sem dúvida, ajudava a criar uma boa impressão entre os colegas, inclusive com aqueles que antes mantinham um certo distanciamento.
Minji, por outro lado, não parecia ter esquecido os primeiros conflitos que teve comigo. Apesar de não ter me perturbado mais diretamente, algo no meu instinto me dizia que ela não estava completamente tranquila com a minha presença ali. Talvez fosse o olhar que ela me lançava de vez em quando, ou até os cochichos que escapavam quando eu passava por ela e suas amigas.
No refeitório, eu estava sentada com Jihoon, que já havia se tornado meu amigo inseparável desde que a escola começou. Ele me fazia rir nas horas mais tensas e sempre parecia saber o que dizer para me animar. Enquanto nós conversavam sobre um exercício da aula de química que ambos haviam achado complicado, ele percebeu que eu parecia inquieta.
— Está tudo bem, S/N? — ele perguntou, franzindo a testa levemente.
— Sim, está — eu respondi forçando um sorriso. — É só uma sensação estranha. Minji está quieta demais, sabe? Não quero ser paranoica, mas tenho a impressão de que ela está aprontando alguma coisa.
Jihoon olhou na direção dela discretamente. Minji estava sentada do outro lado do refeitório com seu grupo de amigas, e parecia despreocupada enquanto mexia no celular e ria de algo que uma de suas amigas falava. Ainda assim, Jihoon conhecia bem como funcionavam certos grupos naquela escola, e sabia que, às vezes, o silêncio significava que algo estava realmente sendo tramado.
— Talvez você esteja certa — ele disse, em um tom pensativo. — Eu já vi esse tipo de coisa antes. Melhor ficarmos atentos.
(....)
Precisando de um tempo só para mim, resolvi sair para o parque, aquele lugar tranquilo onde sempre conseguir colocar os pensamentos no lugar. O ar estava fresco, e as folhas das árvores dançavam com o vento leve de fim de tarde. Pensei que talvez fosse uma boa ideia chamar Jihoon, o amigo que sempre conseguia me distrair com as piadas e conversas animadas.
Mandei uma mensagem, e, em poucos minutos, ele respondeu com seu típico entusiasmo: “Ótimo, já estava precisando sair de casa mesmo!”
Ao chegar ao parque, encontrou Jihoon perto de um carrinho de sorvetes, acenando com um sorriso enorme no rosto. Ele comprou dois sorvetes, entregando um para mim com uma piscadela.
-Preciso de você pra me ajudar a escolher as melhores combinações- ele disse, rindo, enquanto apontava para o seu sorvete.
-Esse aqui é pistache com morango. O que acha?
Nós passeamos pelo parque, provando sorvetes e rindo das combinações esquisitas que Jihoon insistia em experimentar. Conversamos sobre tudo: músicas, filmes e até teorias sobre coisas estranhas que aconteciam na escola. Jihoon fazia piadas sobre tudo e, aos poucos, eu me sentia mais leve, quase esquecendo o peso que carregava.
Enquanto o sol se punha, nós se sentou em um gramado, observando as cores se misturarem no céu. Jihoon olhou para mim sério por um momento, e disse:
-Ei, sempre que precisar fugir um pouco, me chama, tá? Você não precisa enfrentar tudo sozinha.
Aquelas palavras simples me aqueceram o coração. Era bom saber que, mesmo nos dias difíceis, tinha alguém em quem podia confiar.
Já estava ficando tarde e então resolvi voltar pra casa, jihoon insistiu que me acompanharia e acabei sedendo.
Adentrei na minha casa e pude escutar alguns murmurinho, caminhei até a cozinha e vi minha avó e meu avô, minha avó estava chorando, não queria atrapalhar mas escutei claramente
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Hierarchy
Teen FictionA história se passa em uma das escolas mais renomadas da Coreia, onde a elite da sociedade coreana envia seus filhos para receber a melhor educação. Nesta escola, existe uma hierarquia bem estabelecida, onde os alunos mais populares e influentes ocu...