Prólogo

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ㅤ‎ㅤ‎ㅤ‎ㅤ‎"Dedicado aos que nunca desistem, mesmo quando o caminho é incerto e a dor parece insuportável

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ㅤ‎ㅤ‎ㅤ‎ㅤ‎"Dedicado aos que nunca desistem, mesmo quando o caminho é incerto e a dor parece insuportável."

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Câncer.

A palavra pairava no ar, pesada e opressiva, como uma nuvem escura ameaçando uma tarde ensolarada.

- Não, isso é impossível! - minha mãe exclamou, a voz ecoando pelo consultório enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela estava sendo amparada por meu pai, que a segurava firme, tentando transmitir uma sensação de calma em meio ao caos que invadia o ambiente. - Isso é... impossível! Minha filha é saudável, nunca teve um resfriado, se alimenta bem, faz exercícios...

O médico, de expressão serena e voz controlada, respondeu com uma simplicidade que parecia desprovida de emoção, mas que, na verdade, carregava um peso imenso.

- Minha senhora, essa doença pode afetar qualquer pessoa, mesmo aquelas que se consideram as mais saudáveis do mundo.

Um silêncio abrupto tomou conta da sala. O único som que eu conseguia discernir era o tic-tac incessante do relógio na parede à minha esquerda, como se cada segundo que passava estivesse marcando o tempo de uma realidade que eu ainda não conseguia aceitar. As palavras continuavam a fluir entre meus pais e o médico, mas eu estava perdida em um turbilhão de pensamentos, incapaz de ouvir o que diziam.

Naquele momento, tudo o que eu sentia era um vazio crescente. A confusão se misturava ao medo e à incerteza, deixando-me paralisada. O que eu deveria fazer? O que poderia dizer? A amargura invadia minha boca, e um frio gélido se espalhava pelas minhas mãos, que estavam úmidas de suor. Eu não me sentia bem, não apenas fisicamente, mas emocionalmente sobrecarregada, como se o peso da notícia estivesse me esmagando.

- Mas isso tem cura, não tem?! - minha mãe perguntou, sua voz estava carregada de desespero enquanto as palavras saíam, quase implorando por uma resposta que trouxesse esperança. - Quer dizer, meu bebê vai ficar bem, não vai?

O médico, com um semblante sério e compassivo, respirou fundo antes de responder.

- Bem, existe um tratamento que poderá ser feito e, com o tempo, poderemos observar se há algum progresso.

- É muito grave? - perguntei, a voz arrastada e trêmula, como se cada palavra fosse um peso a mais em um fardo já insuportável.

Ele hesitou por um momento, seus olhos se movendo entre mim e meus pais, que se posicionavam logo atrás de mim. Sua expressão era de preocupação genuína.

- O que sabemos até agora é que está no início.

Enquanto ele falava, minha mãe se aproximou, envolvendo meus ombros com suas mãos, num gesto suave que pretendia confortar, mas que me parecia distante e ineficaz. Ela se curvou para ficar na altura do meu rosto, tentando transmitir força através de um sorriso mínimo, um esforço desesperado que, no fundo, não me acalmou. Era como se sua alegria tivesse se dissipado junto com a esperança.

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⏰ Última atualização: 8 hours ago ⏰

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