Capítulo 1

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Christopher Benjamin estava em uma floresta. A floresta era densa e o vento arrepiava o cabelo dele. Ele corria em direção a algo que parecia ser um templo. Cada vez que ele chegava mais perto do templo, mais a floresta parecia ficar maior. Chegando no templo, Benjamin conseguia ver algumas pessoas, todas estavam em volta de um círculo de pedras. E no meio tinha uma pessoa, Benjamin, ao se aproximar mais, conseguiu ver melhor. Tinha uma menina de óculos amarrada com as mãos para cima usando um Cristal azul brilhante, ela usava uma blusa com um panda desenhado. Tinha uma menina com cabelos vermelhos e um garoto alto com um topete muito bem-feito. O resto das pessoas que estavam ao redor, Benjamin não conseguia ver o rosto, tudo estava distorcido. Em pé olhando para o garoto que estava no centro estavam dois homens, um parecia ser novo e o outro um pouco mais velho. Eles estavam fazendo uns sinais estranhos, como se eles fizessem parte de alguma seita. O garoto que estava no centro, todo ensanguentado, ergueu a cabeça. Seus olhos eram amarelos brilhantes. Benjamin piscou várias vezes os olhos sem acreditar no que via à sua frente. Ele era o garoto que estava ensanguentado e deitado no centro do templo, o céu começou a queimar um vermelho vivo. Ele olhou para onde os dois homens estavam e...

Benjamin bateu o rosto no vidro do carro e acordou.

Tudo era apenas um sonho. Um sonho onde Benjamin não sabia o que significava. Ele olhou para o lado esquerdo e viu sua mãe indignada. Emily era enfermeira e tinha recebido uma oferta de emprego na pequena cidade de Poço Azul. Antes de Emily receber a oferta de emprego, eles moravam em São Paulo. Lá, Benjamin estudava em uma escola pública e sua mãe trabalhava em um hospital. Mas as contas estavam começando a pesar e Emily teve que buscar novos ares. O pai de Benjamin abandonou a família quando ele tinha apenas dois anos, ele não tinha nenhum retrato do pai e nenhuma lembrança, era como se ele nunca tivesse existido. Ao se separar, o pai de Benjamin deixou todas as dívidas para Emily, que teve que se virar para pagar. O dinheiro do hospital já não estava conseguindo sustentar tudo, e foi quando chegou a oferta de emprego na cidade de Poço Azul. Emily perguntou a Benjamin o que ele achava.

— É uma cidade muito bonita e pequena. Você terá amigos lá. — Emily tentou soar confiante. Mas Benjamin sabia que ela estava quebrada por dentro e desesperada. Então a melhor coisa a se fazer era concordar em ir. Até porque ele não tinha amigos mesmo.

Emily vendeu o seu apartamento e fizeram as malas para Poço Azul.

Benjamin olhou para sua mãe, ela estava prestes a xingar, mas então percebeu que ele estava acordado. Benjamin não gostava de ser chamado pelo seu nome real, ele preferia que fosse por Ben.

Emily olhou para ele e tentou forçar um sorriso.

 — Malditos animais que ficam entrando no meio da estrada. — Ela suspirou e continuou a acelerar o carro.

Ben estava um pouco enjoado da viagem, ele buscou alguma balinha para mastigar. No porta luvas do carro tinha um mento sabor frutas, ele jogou logo dois na boca. Em seguida Ben olhou para a janela e viu as paisagens passando e alguns animais, o lugar que eles estavam indo parecia ser bem morgado. Mas segundo sua mãe, Poço Azul era um lugar legal.

Ele olhou novamente para sua mãe, ela estava muito cansada. As olheiras destacavam seus dois olhos, Emily nos últimos dias estava cheia de coisas e acabou que nem descansou muito.

— Já estamos perto? — Perguntou Ben, seu estômago estava começando a revirar.

— Uhum, só mais uns 15 minutos. — Emily tentou parecer alegre. — Ben, você sabe que se não quisesse vir era só falar e a gente procuraria outro lugar.

Ben sabia disso, mas ele também sabia o quanto sua mãe estava desesperada. As dívidas estavam aumentando e o dinheiro acabando. Seu pai simplesmente sumiu e deixou eles na lama. Então, Ben não achava justo que sua mãe ficasse sendo caçada por pessoas cobrando dinheiro. Ele se sentia mal e até mesmo culpado.

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